De Gustave Flaubert:
Que coisa desgraçada que é a prosa! Não termina nunca; tem-se que refazer sempre. Eu acredito no entanto que podemos dar-lhe a consistência do verso. Uma boa frase de prosa deve ser como um bom verso, imutável, tão ritmado quanto sonoro.
Mas não são as pérolas que fazem o colar; é o fio.
Sim, a tolice consiste em querer concluir. Nós somos um fio e queremos saber a trama.
Eu só acredito na eternidade de uma coisa, é na da ilusão, que é a verdadeira verdade. Todas as outras são apenas relativas.
A febre esvazia o espírito; a cólera não é força, é um colosso cujos joelhos vacilam e que fere mais a si próprio do que aos outros.
Todo o talento consiste em fazer que ele tome o jeito que se quer.
É perder tempo ler críticas. Eu faço questão de sustentar uma tese de que não há uma só que seja boa, que isto não serve para nada a não ser para imbecilizar os autores e para embrutecer o público, e, enfim, que se faz crítica quando não se pode fazer arte, assim como quem não pode ser soldado torna-se informante.
Quanto a mim, estou de fato muito bem, depois que aceitei estar sempre mal.
"que se faz crítica quando não se pode fazer arte, assim como quem não pode ser soldado torna-se informante"
ResponderExcluirForte e verdadeira!
Passo por aqui, porque lá em tua casa a porta está trancada,
beijos pra ti Bipede menina Falante!
Mariane, não tá, não. Está aberta :)
ResponderExcluirBF
Certamente ...
ResponderExcluirAbraços!
Ele parece um escritor do século XXII.
ResponderExcluirEsse texto é mesmo exemplar! Passados mais de cem anos e a história continua a mesma. E os críticos, salvo honrosas exceções. continuam os
ResponderExcluirmesmos.
Muito bom, Le :)
beijo
cirandeira
Lucidez implacável!
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