segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As palavras


 

 
 

São como um cristal, as palavras.
Algumas um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória. inseguras, navegam;
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves
  Tecidas são de luz e são a noite
E mesmo pálidas, verdes paraísos lembram ainda
Quem as escuta?
Quem as recolhe assim, nas suas conchas puras?
 
 
 
Eugênio de Andrade

9 comentários:

  1. ah, as palavras.
    seus sins, seus nãos.
    seus senões.

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  2. Eu guardo as palavras como se fossem vivas, mas às vezes acho que confio demais nelas...

    beijos, Ci!

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  3. Tão frágeis e capazes de derrubar um mundo...

    Beijos, Ci...

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    1. Tão fortes e capazes também de erguer um mundo...!

      beijos, Tânia

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  4. será o meio-termo da palavra aquilo que mora nas entrelinhas?
    respondam-me, caso saibam a resposta.

    escrevam - com estas e outras palavras - um tratado.

    um cumprido.

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    1. Há pessoas que conseguem brincar com as palavras de uma
      forma tão sutil, que a ironia fica escondida entre as linhas, sub-rep-ti-ci-a-men-te..., não é, Pessoa?
      Um dia, quem sabe, escreverei um tratado bem comprido
      tratando desse assunto rsrsrsr e gargalhadas!!!

      :) beijo

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  5. As palavras. Do seu imbricamento nasce o poema.
    Eugénio de Andrade reflete sobre o processo de construção do texto.
    Aqui, especificamente, do poema, que não se faz sem os leitores.
    São os que vão abrir "as conchas".
    Belissima escolha!
    beijo,

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