domingo, 9 de setembro de 2012

Era uma vez ...


um relógio anacrônico. Quando batia as horas estas rolavam pela sala e depois transformavam-se em lindas maçãs de prata que se penduravam do teto. De cada vez que uma nova hora rolava pela sala as outras já de prata sorriam pendentes do teto de modo que naquela sala havia sempre uma espécie de som de riso de prata e quando o relógio dava uma volta completa no quadrante as horas de prata deixavam-se cair e então o som era mesmo de grandes gargalhadas de prata.
Ana Hatherly, Tisanas, em A idade da escrita e Outros Poemas.

6 comentários:

  1. Sou um devoto fazedor de sonhos
    Um homem que segue o destino
    A minha sombra nem sempre me acompanha
    Nem sempre acredito haver um ser divino

    Nem sempre acredito que há coisas para a creditar
    Nem sempre uma viagem tem um feliz fim
    Já acreditei no imenso do sentir de gente
    Que me disse sentir tanto por mim

    São tão perfeitas as flores
    Não morrem, apenas se despem das cores

    Doce beijo

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  2. Gargalhadas de prata, horas pendentes no teto...que maravilha de imagens!

    Obrigada, Ci!
    Beijos,

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  3. Que delícia!
    Sabor de fruta mordida, horas mordidas, vida mordida :)
    Beijoss

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  4. Ando doidamente correndo atrás dessas horas, podem acreditar :)
    As minhas horas já estão enferrujando!!!

    beijoss

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  5. Ainda bem que as minhas horas não são dessas de prata, porque se fossem já não tinha horas... tinha sido roubada.
    Com a crise que por aí vai!

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