O voo dos pássaros
Os áridos pássaros que mudam as estações
não vieram nunca,
embora eu os esperasse.
Acaso falam os homens do que viram?
Silenciosos são os lábios dos homens.
Grito ou palavra de amor não comovem
as pedras empedernidas pelo tempo.
Eram secos pássaros.
E o céu, que é plumagem, crepita.
Nem nos que voam nem nos que permanecem.
Não me demorei sobre nenhum pássaro.
Voando, eram a velha canção da infância morta
para mim,
que sempre vi o que não existe
e eternamente verei o que jamais existirá.
Em voo, como os anos, a vida, o tempo...
Nada imaginei que pudesse ser admitido
pelos que não entendem uma teoria de pássaros.
LÊDO IVO, poeta, romancista, cronista, ensaísta e tradutor, nasceu em Maceió(AL), em fevereiro
de 1924, e faleceu em Madri (Espanha), na madrugada de 23-12-2012 aos 88 anos de idade.
Belo poema.
ResponderExcluir" . . . era a velha canção da infância morta para mim." . . . . lindo.
Beijos!!
Beijos, Janice.
ExcluirE um lindo Natal para ti e teus familiares!!
VOA GAIVOTA, VOA LEVE...
ResponderExcluirVOA BREVE...
... e a canção 'dazantiga' ficou "perambulando" em minha cabeça (e em meu coração...)
http://www.youtube.com/watch?v=c-nEEGPtCgc
2012 deu e tomou.
tomou e deu.
e a vida insistiu.
feliz tudo, cirandeira.
a afeição perene do
roberto.
E assim é a vida, Roberto: ora dá, ora toma; às vezes não dá, mas sempre toma, de quem tem e de quem não tem, também! Voemos, voemos, que tudo é breve, nem sempre leve,
Excluirmas voemos, sempre :)
com o afeto da
"Ci"
Uma grande perda, com certeza.
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