segunda-feira, 4 de março de 2013

O coração do poeta


 
 

O coração do poeta... 
O coração do poeta tem bordas flácidas.
Ele derrama, vaza, descamba.
O coração do poeta tem perna bamba.
Constituição frágil e congênita.
Não adianta querer vitaminá-lo,
  Pois seu tônus se refaz nos frêmitos
Das chegadas e dos abandonos,
O melhor é deixar-se amar
E, se possível, não deixar de amá-lo.
 
 
  Ana Cristina César  

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