sábado, 2 de março de 2013

A terceira miséria


 
A terceira miséria é esta, a de hoje
A de quem já não ouve nem pergunta
A de quem não recorda.
E, ao contrário de Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam.
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma
Desfeita em pó a estátua.
 
 
HÉLIA CORREIA, Lisboa, Portugal (1949-  )


2 comentários:

  1. Forte poema, Ci. A possibilidade de muitas leituras, mas a mim chega um estranho incômodo do que massifica e se perde das singularidades. É que é esse um íntimo tormento meu.

    Beijos,

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  2. Bonitas palavras !

    http://photoessencia.blogspot.com/

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