sábado, 9 de junho de 2012

Já fui astro sem abrigo

.























a Lelena Terra Camargo


Sabem-me a mar as mãos que em mim derramam
o traço de giz , o fecho do circulo que me abriga
repousado na terra, o corpo do corpo recolhido no chão

[e que não se faça dia, ainda não!]
que cuidam-me da luz que se adentra em astro que já fui
pela porta no sol alinhada, bordada raiz onde também se envelhece o coração.
Sabem-me a manto, as emendas provisórias na linha da vida
essas rugas mãos de tecido frágil e fugaz,
que apesar do silêncio, quase murmúrio, quase espinho
do eu que em desalinho, não finjo, não sou capaz. 

Já silêncio, ao primeiro canto da terra, às raízes do chão em giz derramado  
no circulo que me adormece,
[talvez luz, talvez dia o dia que acontece]
sabem-me a mar essas mãos, eu não. 



Junho 8, 2012
Leonardo B.

[breve aparte: a este texto, pensei em editar em simultâneo aqui e na Barca dos Amantes, por motivos por demais óbvios; não me foi possível, ontem, e assim reponho a minha primeira intenção.

Tão Grato,
Esse imenso e transatlântico abraço, Lelena!]

.


6 comentários:

  1. Muito linda poesia e homenagem,Leonardo!bjs,

    ResponderExcluir
  2. Tão feliz estou com esse poema que é um doce abrigo :)

    ResponderExcluir
  3. Tão feliz estou com esse poema que é um doce abrigo :)

    ResponderExcluir
  4. Sabem te amar essas mãos que desenham versos tão prodigiosos, Leo!
    Belo poema, merecida homenagem!!!

    beijos

    ResponderExcluir
  5. Belíssimo, Léo! Tão merecido, Lelena!
    Beijos,

    ResponderExcluir
  6. Leonardo,


    Círculo bem traçado, este. Como de habitual.
    Helena ocupou o lugar do astro que já foras;
    daí, esse mar que nunca cessa de derramar-se,
    nem se cansa de ser luz antes que giz ou
    corpo do chão recolhidos e no chão grifados.
    Ainda que com traço leve. Ainda que fugazes.
    Mas isso é beleza de flor, como tem de ser,
    sempre, e sempre é, depois do descenso da
    luz até o traçado do giz. A tal luz
    refratada no dia a dia que nos
    acontece. A todos. Luz em grão.
    Pouso.





    Abraços, Léo e Lelena!

    ResponderExcluir