quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Somos todos poetas

  
 
 
Assisto em mim a um desdobrar de planos.
as mãos vêem, os olhos ouvem, o cérebro se move
A luz desce das origens através dos tempos
E caminha desde já
Na frente dos meus sucessores.
Companheiro,
Eu sou tu, sou membro do teu corpo e adubo da tua alma.
 Sou todos e sou um,
Sou responsável pela lepra do leproso
 e pela órbita vazia do cego,
Pelos gritos isolados que não entraram no coro.
Sou responsável pelas auroras que não se levantam
E pela angústia que cresce dia a dia.
 
 
Murilo Mendes, Juiz de Fora (MG) - 1901-1975

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