Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
Raimundo Correa
A velha questão das aparências aqui muito bem tratada.
ResponderExcluirUm beijo
ResponderExcluirSó cada um sabe da dor e delícia de ser o que é. Secretamente.
Beijos, Lelena!
Esse poema de Raimundo Correa fez história. Meu abraço.
ResponderExcluirem tudo ser/parecer/padecer
ResponderExcluirbeijooss