quinta-feira, 5 de julho de 2012

Do alto


Luz e sombra. Foto sem nome de autor.


Décimo andar.
Um dia de mar tão quieto
nem uma brisa leve
na trança do jasmineiro da varanda
onde os insetos dormem.

Ruas desertas
ramos de asfalto quente
no tronco da cidade.

Do alto o mundo contempla
a praia mais afastada
que a vista não alcança da janela.
Alguma coisa ressurge das camadas
de sílica e distância
a sombra tatuada bem ao fundo
e coisas flutuando no silêncio
alguém  que se imobiliza
e dilacera.

O mar travado
a vida
em transe.

4 comentários:

  1. Seus poemas sempre me tocam, Dade!

    A vida está sempre em transe.

    Beijo

    Mirze

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  2. Cenário humano apesar de geografia.
    Beijoss

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  3. A solidão quase que precipitando-se do alto travada e transida!
    E ao longe, muito longe o mar a nos mostrar a vida em movimento.
    Belo e triste a um só tempo o teu poema, Dade!

    beijoss

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