Guardados na pele,
pelo corpo adentro
revoltos os barros
agitados os rios, arrumadas correntes
guardo em silêncio
no arado da mão
os sangues doridos
os astros simples e escuros
que não me nasceram
coração,
o linho gasto, o tecido barrento.
Na chuva enxurrada e inquieta
guardada na pele,
por dentro da pele
ainda trago o livro, a linha
e da vida, a palavra placenta
o ruído que atormenta
tormenta de centos de rios, desalinhados e evidentes
nesga dos silêncios que falam, o corpo
a pedra que já não aguenta, o corpo
o dia apócrifo
no espaço demais
o dia contrito
pelo corpo adentro,
e dentro
um coração
o sangue exausto, barro gasto e sedento.
Março 2013, 10
Leonardo B.
[nota breve: texto original para o blog Mínimo Ajuste]
[nota breve: texto original para o blog Mínimo Ajuste]
Que presente! Ele haverá de constar no livro que vem chegando, junto com as letras escarlates do universo venusiano, porque Marte e Vênus se complementam, porque o vermelho de Marte é tão e tão forte quanto o sangue que escorre da Lua.
ResponderExcluirMaravilhoso, Leonardo! Maravilhoso...
Beijos,
palavras de verdade, sem truques ou disfarces, moldam a carne com a delicadeza da argila...
ResponderExcluirobrigada pelo poema, Leonardo.
obrigada :)
beijoss
belo, belo
ResponderExcluirMuito lindo!
ResponderExcluirAs imagens vêm grudadas nas letras e vão compondo um cenário: A vida que passa e as marcas que ficam.
bjo!
Olá, Leonardo B!
ResponderExcluirFino! Mergulhante! Infinito... Abraço! www.beabadosucesso.com.br