- Jó Joaquim, cliente, era quieto, respeitado, bom como o cheiro de cerveja. Tinha o para não ser célebre. Com elas quem pode, porém? Foi Adão dormir, e Eva nascer. Chamando-se Livíria, Rivília ou Irlívia, a que, nesta observação, a Jó Joaquim apareceu.
Antes bonita, olhos de viva mosca, morena mel e pão. Aliás, casada. Sorriram-se, viram-se. Era infinitamente maio e Jó Joaquim pegou o amor. Enfim, entenderam-se. Voando o mais em ímpeto de nau tangida a vela e vento. Mas muito tendo tudo de seu secreto, claro, coberto de sete capas.
Porque o marido se fazia notório, na valentia com ciúme; e as aldeias são a alheia vigilância. Então ao rigor geral os dois se sujeitaram, conforme o clandestino amor em sua forma local, conforme o mundo é mundo. Todo abismo é navegável a barquinho de papel.
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Três vezes passa perto da gente a felicidade. Jó Joaquim e Vilíria retornaram-se, e conviveram, convolados, o verdadeiro e melhor de sua útil vida.
E pôs-se a fábula em ata.
João Guimarães Rosa, em Tutameia.
Vixe, nossa senhora! Esse cabra está na categoria de "Fundador de Língua".
ResponderExcluirSem mais. Gênio.
Genialíssimo! Lamentavelmente ainda pouco lido em nossas
Excluirparagens...!?
beijo
Cirandeira!
ResponderExcluirBelíssimo! Assim como rudo que vem de Guimarães Rosa. Não conhecia "Tutameia". Vou correr atrás.
Beijos
Mirze
Sem comentários, porque nem precisa, né? Beijos, Ci!
ResponderExcluirUm gënio com as palavras, beijo Lisette.
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