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Para Lee Ran ho, para o
seu Caminho
De que adianta
de minhas mãos se dizerem pequenas
se dentro, guardam o silêncio
que escuta o meu deus por palavra?
De que adianta
de meu corpo se dizer frágil,
um enxerto, uma sílaba no tempo
[o tanto, o tempo tão infinito como breve instante]
se nele
os centos de rios de sangue
os centos de vozes derrames
os centos de rufares de tambor
no lado esquerdo do peito,
cantam orações ao meu deus?
De que adianta
saber-me no corpo da toda a água e
prender-me o passo ao mar sem fim?
E de que adianta,
se da margem que não me acorrenta
sou lama e pedra e nascente do rio da voz,
a primeira voz de mim?
Enquanto homem
sou o relógio e o tempo,
um passo de dança por dentro da casa do vento;
e no entanto,
lembro-me que fui divino por nove meses
dentro dum ventre, há tanto
e agora
enquanto homem
sou apenas o alcance da minha voz
e isso basta-me.
Abril 12, 2012
[breve aparte: texto editado na Barca dos Amantes, também…]
[imagem: reprodução de mela-2001, da série The Great
Gathering, de James Hervey com a autorização do autor para este texto.]
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(...)
ResponderExcluire no entanto,
lembro-me que fui divino por nove meses
dentro dum ventre, há tanto
e agora
enquanto homem
sou apenas o alcance da minha voz
e isso basta-me.
(maravilhoso, Leonardo!)
Repito aqui, Leonardo, que sendo extensão do divino, enquanto homem, o poeta representa bem em arte, não só a nascente do rio, mas a continuidade da vida em toda plenitude.
ResponderExcluirPara nosso deleite.
Beijos
Mirze
são tantas as duvidas, as perguntas
ResponderExcluire tudo continua
beijo
que maravilha Leonardo, poesia aos sete cantos
ResponderExcluirbeijos