O tal dos três
O Roberto tem por hobbie
ser Beto, às vezes Bob;
mas todos três, tanto faz,
são diferentes iguais.
De qualidade, têm tantas,
que citá-las não encanta.
Melhor, numa cajadada:
nenhum dos três vale nada.
Ainda bem, porque valia
É valor sem serventia
Pra quem não quer se vender.
Venda boa é a de se beber,
Acocorado na porta,
Um capim na boca torta
De tanto pito e manguaça,
Só de butuca em quem passa:
– ‘ Tarde, comadre!... Hoje chove.
– Qual o quê, Deus não comove!
– Desconjuro!... Deus é pai!
– Mas se é mãe a chuva cai.
– Apressa o passo, Dasdô,
Não dê trela a bebedor!
– Trela nada, tenho é dó
Do pobre, esperando só.
– Esperando o tal dos três?
– Pois... E tem pra mais de mês!
– Não veio aviso lá de cima?
– Veio não... Mandaro o Lima!
De Andrea Godoy:
Acalanto para Roberto
(para Roberto Lima)
[mas nada é tão doce quanto o rio que te percorre
e por onde escorrea tua saudade, sobre vales e montes
e Minas sem fim...]
Poesia, amigo
são teus olhos, passarinho
distante do ninho, vastidão
colo, solidão, algum cobertor
estendo a mão e todo
o azul que teces me enternece
e faz do mundo, latifúndio
pomar de afetos tão perto do meu chão
olho-te de perto e o anti-homem vira Quixote, Ulisses,
ora gigante, ora menino adoçado na beira do rio, sempre poeta
e acho tão bonito o tempo que te fez assim,
cada pedra, palavra, sorriso, poeira, música, lágrima, abraço, saudade
e reverbera (mansa) no espaço onde me habitas
e eu te escuto, te pressinto, ainda que tudo se cale
e te reconheço, eterno, nas voltas contidas no tempo, amigo.
(Beto, Feliz Aniversário! Desejo-te FELICIDADE, imensa, toda a que te couber e que transborde... beijo grande.)
De Marcantonio:
De Tania Regina Contreiras:
(feliz aniversário beto)
sonhou um dia
gerações de homens
MINAS & MIMOS
Ao meu mano véio Beto
vai umas lembrancinha
do cumpadi de cá:
um queijo curado do Cerro
e uma cachaça de Salinas
pra arrematá
mais um céu azulzim de Minas
uma viola enluada
e um violeiro dos bão
pra tocá.
De Kledir:
De Bípede Falante:
Roberto, em folhas do calendário não anotei datas nem de vida nem de morte. Anotei-as em nuvens para que fossem passageiras. Por medo é que não foi. Talvez, por desapego, para dar um basta aos brinquedos do tempo e aos tique e taques dos relógios fissurados em ponteiros. Mas, aí, apareceste tu com os teus ocês e cadins para reclamar os teus anos e vieste, como se diz por aqui, solto à campo, levantando, na poeira, um afeto com horizontes e também de peso e, quando fui dar por mim, eu estava já aqui sentada com a minha bipedice nesse balanço de blogs e de letras a assoprar desejos de saúde e de felicidades e a cantar, desafinada, uma musiquinha com sabor de amizade e de lápis de cor. Eis:
Beijos :) Lelena.
De Marcantonio:
EM PESSOA (PRO ROBERTO )
A -
Fosse a amizade doença,
Não teria versão aguda.
Amizade é sempre crônica,
Agudas só as desavenças,
Coisa que contigo não rima,
Não é, Roberto Lima?
B –
O cara seria poeta
Ainda que não fizesse poemas,
Pois tem a poesia por perto,
No espírito, o melhor mote,
E a mais humana rima:
Afeto.
É Roberto Lima.
OS SINOS DOBRAM POR ROBERTO LIMA
Cê, que pavimenta estradas que percorrem almas
Cê, que tem os melhores amigos que o afeto pode comprar
Cê, que pinta crônicas com as tintas de Rubem Braga e Renoir
Cê, que é poeta dos bãos, mineiro dru-mundo
Cê, que também é Carlos, anjo, espécie de gauche ao avesso
Cê, que é uma pessoa que o Pessoa gostaria de ser
Cê, que dá um boi para entrar numa farra e uma boiada pra não sair dela
Cê, que tem sempre a melhor piada criada há cinco minutos
Cê, que tem sempre uma grande sacada guardada na manga
(que o diga o Hely do "Quase Todos Bichas")
Cê, que prefere Woodstock a Wood Allen
Cê, que acha o azul a cor mais azul que há
Cê, que tanto quanto Cruzeiro é fã de um mega-artilheiro chamado Rei Naldo
Cê, que conjuga Roberto Mendes o segredo mais bem guardado do Brasil
Cê, que julga "Oração ao Tempo" mais bonita na interpretação de Rita Ribeiro
Cê, que está para a música assim como o corpo está para o amor
Cê, que está para a poesia assim como a alma está para a amizade
Cê, que ainda não escreveu aquela letra que prometera ao Samuel de Abreu
Cê, que proclama "José" o poema mais iluminado que alguém já concebeu
Cê, que eu tento homenagear neste poema pouco inspirado
Cê, que eu considero primus inter pares, feito um José Régio
Cê, que pisa em terras portuguesas como quem beija o útero materno
Cê, que me aplicou Daniel faria e Eugênio de Andrade
Cê, que faz versos, que ama, protesta
Cê, que tem dois ídolos nascidos em Maranguape
Cê, que incluiria "Os Estatutos do Homem" na Constituição Brasileira
Cê, que segundo o filósofo Zé Haus traduz pelas metades
Cê, que primeiro o filósofo Grego reluz todo e inteiro
Cê, que é parceiro trissexto de Kleiton e Kledir numa oculta canção
Cê, que ainda não mandou aquela letra que prometeu ao Samuel de Abreu
Cê, que um dia partiu de São Raimundo para conquistar o mundo vasto mundo
Cê, que não mostrou a Raimundo F. meu pobre soneto dedicado a ele
Cê, que certo dia, pra minha mais terna alegria, citou my name numa crônica sua
Cê, que no sentir do Tadeu Franco é como a "Irene" de Manuel Bandeira
(não precisará de pedir licença para entrar no céu)
Cê, que é fã do afã do Mané de Barro
Cê, que era craque no gol enquanto Julinho resolvia tudo lá na frente
Cê, que faz do seu peito um palco onde a voz de Renato Braz ecoa ainda mais linda
Cê, que traz de nascença a marca de uma dedicatória em "Hilda Furacão"
Cê, que numa dedicatória antiga do Raul Seixas é "Por Quem Os Sinos Dobram"
Cê, que vive dos fatos e é de fato uma ótima notícia a cada manhã
Cê há de me perdoar essas inconfidências mineiras
Cê, que pavimenta estradas que percorrem almas
Cê, que tem os melhores amigos que o afeto pode comprar
Cê, que pinta crônicas com as tintas de Rubem Braga e Renoir
Cê, que é poeta dos bãos, mineiro dru-mundo
Cê, que também é Carlos, anjo, espécie de gauche ao avesso
Cê, que é uma pessoa que o Pessoa gostaria de ser
Cê, que dá um boi para entrar numa farra e uma boiada pra não sair dela
Cê, que tem sempre a melhor piada criada há cinco minutos
Cê, que tem sempre uma grande sacada guardada na manga
(que o diga o Hely do "Quase Todos Bichas")
Cê, que prefere Woodstock a Wood Allen
Cê, que acha o azul a cor mais azul que há
Cê, que tanto quanto Cruzeiro é fã de um mega-artilheiro chamado Rei Naldo
Cê, que conjuga Roberto Mendes o segredo mais bem guardado do Brasil
Cê, que julga "Oração ao Tempo" mais bonita na interpretação de Rita Ribeiro
Cê, que está para a música assim como o corpo está para o amor
Cê, que está para a poesia assim como a alma está para a amizade
Cê, que ainda não escreveu aquela letra que prometera ao Samuel de Abreu
Cê, que proclama "José" o poema mais iluminado que alguém já concebeu
Cê, que eu tento homenagear neste poema pouco inspirado
Cê, que eu considero primus inter pares, feito um José Régio
Cê, que pisa em terras portuguesas como quem beija o útero materno
Cê, que me aplicou Daniel faria e Eugênio de Andrade
Cê, que faz versos, que ama, protesta
Cê, que tem dois ídolos nascidos em Maranguape
Cê, que incluiria "Os Estatutos do Homem" na Constituição Brasileira
Cê, que segundo o filósofo Zé Haus traduz pelas metades
Cê, que primeiro o filósofo Grego reluz todo e inteiro
Cê, que é parceiro trissexto de Kleiton e Kledir numa oculta canção
Cê, que ainda não mandou aquela letra que prometeu ao Samuel de Abreu
Cê, que um dia partiu de São Raimundo para conquistar o mundo vasto mundo
Cê, que não mostrou a Raimundo F. meu pobre soneto dedicado a ele
Cê, que certo dia, pra minha mais terna alegria, citou my name numa crônica sua
Cê, que no sentir do Tadeu Franco é como a "Irene" de Manuel Bandeira
(não precisará de pedir licença para entrar no céu)
Cê, que é fã do afã do Mané de Barro
Cê, que era craque no gol enquanto Julinho resolvia tudo lá na frente
Cê, que faz do seu peito um palco onde a voz de Renato Braz ecoa ainda mais linda
Cê, que traz de nascença a marca de uma dedicatória em "Hilda Furacão"
Cê, que numa dedicatória antiga do Raul Seixas é "Por Quem Os Sinos Dobram"
Cê, que vive dos fatos e é de fato uma ótima notícia a cada manhã
Cê há de me perdoar essas inconfidências mineiras
(Dedicado a Roberto Lima)
De Juliana Vinagre:
Olha eu aqui no meio de seus amigos “escrevinhadores”, poetas, pra te deixar meu beijo…
Como não nasci bordadeira de palavras, fui beber na fonte doce de Manoel de Barros:
“O rio que fazia uma volta atrás da nossa casa era a imagem de um vidro mole...
Passou um homem e disse:Essa volta que o rio faz...se chama enseada...
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás da casa.Era uma enseada.Acho que o nome empobreceu a imagem.”
É como vejo essa amizade bonita que a vida nos trouxe de presente… Procurei fundo palavras que a definissem e cheguei a conclusão que ainda não inventaram e é melhor que seja assim pra que esse carinho não fique encarcerado e empobrecido em sua definição. Basta saber que é grande, que abraça, que sorri, que é incondicional e que é presente sempre.
Manim... que a vida lhe devolva todos os sorrisos e alegrias que você merece. Que lhe seja leve... e que te preencha em todas as suas necessidades.
Agradeço todos os dias poder olhar e dizer: ali vai aquele que escolhi pra ser meu irmão. Meu “broda from anoda moda”. ;o)
Como não nasci bordadeira de palavras, fui beber na fonte doce de Manoel de Barros:
“O rio que fazia uma volta atrás da nossa casa era a imagem de um vidro mole...
Passou um homem e disse:Essa volta que o rio faz...se chama enseada...
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás da casa.Era uma enseada.Acho que o nome empobreceu a imagem.”
É como vejo essa amizade bonita que a vida nos trouxe de presente… Procurei fundo palavras que a definissem e cheguei a conclusão que ainda não inventaram e é melhor que seja assim pra que esse carinho não fique encarcerado e empobrecido em sua definição. Basta saber que é grande, que abraça, que sorri, que é incondicional e que é presente sempre.
Manim... que a vida lhe devolva todos os sorrisos e alegrias que você merece. Que lhe seja leve... e que te preencha em todas as suas necessidades.
Agradeço todos os dias poder olhar e dizer: ali vai aquele que escolhi pra ser meu irmão. Meu “broda from anoda moda”. ;o)
Parabéns pelo seu dia e por todos os outros...
Com carinho,
Diubs
Com carinho,
Diubs
Das saudades...
Num choro.
A água secou
Numa cumbuca velha
Esquecida na janela
Em dia de Trovão.
Sem córregos
Sem rios
Sem mares
Ergo altares
Feito das palavras
Do Poeta
Onde deságuo
Acanhada
Cachoeiras em filetes
Aberta com o estilete
Da saudade ...
(Beto, muito grata pela emoção que a tua poesia proseada sempre desperta em mim!)
De Mirze:
Uma amizade
Assim
Não tem idade
O agora
É eternidade
Repórter – menino
Meu mano por destino
Aquele abraço
Em laço onde o nó
Não se desfaz
Parabéns, Roberto
Muita vida
E muita PAZ
De Paulinho Pedra Azul:
Betão, *AMIGO É COISA PRA SE GUARDAR, DEBAIXO DE 7 *MIL* CHAVES*. Amizade é muito pouco, para quem já virou irmão! Vc, sempre nos brinda com poesia, confraternização, amparo, conselhos, carinho, respeito e ternura. Ai de quem não tem amor pra dar e receber! Todos seus amigos amam você e se põem como membros da sua linda família. Hoje, dia 04 de dezembro é seu dia especial, como aniversariante! Hoje a pedra corrida vai rolar, levando a mais pura energia para dentro do seu coração de homem de fé, pai zeloso, marido *perdido* de paixão, profissional de extrema lisura, filho adorado e amigo fiel. Gostaria de escrever 200 páginas, como é o seu jornal; mas prefiro deixar umas poucas e sinceras palavras: PARABÉNS! NÓS TE AMAMOS DEMAIS. Um beijo do seu amigo/irmão, junto com a ternura do meu Gabriel.
Lamparina
conta uma história que cante
há tanto ontem em seu traço
toma esse azul, um pouco de s(o)ul
deixa-me um blues
uma luz, um retrato
ponha palavras em minha boca
há tanto verso em seu lábio
pisco, gravito o seu lume
invento um encanto
você lamparina, eu pirilampo
Beijos,
Beto! Feliz Aniversário! Que tu sejas sempre essa luz na vida de todos
nós!"
ROBERTO DRUMMOND
Para Roberto Lima
Para Roberto Lima
hoje bebo contigo
uma aguardente benta
como quem borrifa no cerne aturdido
a água de todo um alado rio
nos chamamos como se chamam
dois amigos que misturam
seus nomes ao nome de minas
mas, “amigos”, “amigo”? “amigo” é tão
palavra pouca para
nomear quem quereríamos irmão
como então nomear – quem sabe? – quem
sabe que sabe
que o mundo imenso não passa de uma rua
e, tão amiguirmão, nos levita
a meio milímetro da deletéria via?
que lhe importam guerras ou meninas
apaziguando secretas campinas em chamas
com seu gemido obsceno ou
com suas alvas cantigas
se o mundo é belo?
o mundo é belo
o mundo é belo
repito:
o mundo é belo
– se são puras as retinas –
quem se chama roberto sabe
que os robertos são drummondianamente
mineiríssimos
: sabem que sabem que,
depois que se nasce, se morre
uma vida por dia
para renascer no dia seguinte
ainda com mais poesia
De José de Assis Freitas:
crônica para um menestrel de coração numeroso
p/ roberto lima
aqui na minha terra a gente intui as conversas
com preâmbulos de meteorologia
olhando para as nuvens postas no horizonte
como se as águas benfazejas fossem o princípio
de todos os alumbramentos do sertão
e se das palavras saltam incensos de elevação
olhos carismáticos preparam a artimanha do voo
é desse adubo de camaradagem
que a prosa se acomoda em afeto e abraço
alternando longos dias com noites intermináveis
pois assim de espanto em espanto
corre o sangue dos fraternos caminhos
Lendo Roberto Lima
Ler-te, Roberto,
é chupar lima
nos quintais da infância,
é dar um beijo de língua
na primeira namorada
numa praça enluarada
do interior de Minas.
Ler-te é viajar no trem do sonho,
num vagão abarrotado
de coisas simples do passado.
Ler-te é passear o coração
a céu aberto,
antenado com a emoção.
E é bom ter uma boa cachaça
por perto.
Ler-te, Roberto,
é chupar lima
nos quintais da infância,
é dar um beijo de língua
na primeira namorada
numa praça enluarada
do interior de Minas.
Ler-te é viajar no trem do sonho,
num vagão abarrotado
de coisas simples do passado.
Ler-te é passear o coração
a céu aberto,
antenado com a emoção.
E é bom ter uma boa cachaça
por perto.
a amizade é um manto tecido a quatro mãos
um cobertor compartilhado
sem que se o perceba
sem que se o perceba
um amigo faz um ponto o outro dá uma laçada
o amor se estende
com o passar dos anos
com o passar dos anos
não importam a distância as dificuldades
não haverá inverno que os desagasalhe
(feliz aniversário beto)
rapsódia pra roberto lima
prelúdio pra rapsódia
saudades eu tenho de um qualquer que me habitasse;
de toda terra ou pedra, terrivelmente linda, real, dorida.
saudades dessas que me ficam assim, solidão mais fora que dentro;
dos mitos que ficam existindo dentro de mim.
*
lastro
a poesia dizia que a gente não ia mais parar
de se olhar. nunca mais, nunca mais.
e eu não li mais nada. quiçá viouvi. amiúde
deixei de me derramar também. hoje,
eu dou umas risadinhas como as suas. umas
risadinhas assim, meio de leve, de olhar buendía. de você
peguei isso, assim, sem querer. você
me dá vontade de chorar.
*
divina comédia humana, um bigode pra roberto lima
hortências no purgatório. cinco
signos do homem que agoniza.
petardo de 2,5 centímetros, cospe
em seu quintal. pensa, estavam lindas.
o limbo foi desinventado, pode
cair. estão nas sementes o núcleo
do poema. seu nome, verbo
pronto pra voar em águas.
*
*
barcarola pra anti-homem
depois que virei nome de avenida em new orleans
varei madrugadas a tentar renascer pra trás:
estrelinha do mar.
mas não deu. ouvi
"todos têm medo de nina rizzi".
logo, pós-tudo, puro despeito ou rebeldia,
vou matar esses meus olhos-buendía.
*
*
Roberto, você é um amigo dos mais novos para mim, mas pelo carinho que outros amigos manifestam por você e por sua atuação no FB, quero deixar uma mensagem de aniversário, desejando tudo de bom, cada vez mais amigos e muitas realizações. Feliz aniversário!!!
Um abraço grande.
Um abraço grande.
Roberto, te envio virtualmente o que Minas tem de melhor como presente de aniversário: comidas, bebidas, paisagens, as Três Pontas do Milton, o Carmo do Egberto e principalmente muito calor humano. O mesmo calor humano tipicamente mineiro que me acolheu no Brazilian Voice. Toda felicidade pra você, meu amigo.
Marcelo
Quanto vale uma utopia?
gerações de homens
que fossem apenas homens
– sem complexo, medo e alguns pecados.
sonhou um dia
hemisférios de versos e claves
– cordas de violinos no arco da mão.
correu na areia molhada
entre o crepúsculo das horas,
deixou que o coração batesse com a adivinha da saudade
e mesmo com a mesa vazia
sentou para aprender os nomes
de todos os rios, de todas as terras, de todas as árvores
sentou para ensinar o odor do riso do choro do silêncio
e de cada grito mudo
e de talvez-silêncios guardados nos gritos.
sonhou um dia, sim,
e o mundo,
que já havia despedido os deuses,
aquiesceu:
humedeceu o tempo
parou o vento
e, sentado na varanda, de pernas cruzadas,
desfez com a boca todas as bagas negras de uvas
com que o homem cantou escreveu e amou
todo o sangue do mundo
todo o sangue do mundo
e todo o mundo com sangue.
MINAS & MIMOS
Ao meu mano véio Beto
vai umas lembrancinha
do cumpadi de cá:
um queijo curado do Cerro
e uma cachaça de Salinas
pra arrematá
mais um céu azulzim de Minas
uma viola enluada
e um violeiro dos bão
pra tocá.
Lágrima do Mundo (para Roberto Lima)
De Kledir:
De Bípede Falante:
Roberto, em folhas do calendário não anotei datas nem de vida nem de morte. Anotei-as em nuvens para que fossem passageiras. Por medo é que não foi. Talvez, por desapego, para dar um basta aos brinquedos do tempo e aos tique e taques dos relógios fissurados em ponteiros. Mas, aí, apareceste tu com os teus ocês e cadins para reclamar os teus anos e vieste, como se diz por aqui, solto à campo, levantando, na poeira, um afeto com horizontes e também de peso e, quando fui dar por mim, eu estava já aqui sentada com a minha bipedice nesse balanço de blogs e de letras a assoprar desejos de saúde e de felicidades e a cantar, desafinada, uma musiquinha com sabor de amizade e de lápis de cor. Eis:
Beijos :) Lelena.
Vida longa ao Beto!!!!
ResponderExcluirCorreção no meu texto: A palavra certa é *LISURA* e não *LESURA*.
ResponderExcluirQue beleza de homenagem...presentaço!
ResponderExcluirFelicitações ao Roberto!
Vida longa !! :)
ResponderExcluirPaulinho, já corrijo pra você :)
beijos a todos e um super especial para o aniversariante!
li e reli (e apreciei) cada gesto (enorme) de desprendimento e afeição de todos vocês...
ResponderExcluirnem sei o que dizer. juro que não...
amanhã, vou me levantar, ler de novo, ler outra vez e ler novamente... e só então, agradecerei a um por um de vocês, tamanho bem-querer.
agora, eu vou ficar quietinho, curtindo o que vocês escreveram.
beijão procêis tudo,
do
roberto.
A postagem ficou muito muito legal, a ilustração do Tuca tá um show!
ResponderExcluire, Roberto, certamente tu mereces cada gesto desses, caso contrário todas essas pessoas boas de coração não estariam aqui para ti.
Como tu mesmo disseste na última crônica-poema, amor com amor se paga e se paga bem.
beijo pra ti!
beijo pra todo mundo que fez tão bonito aqui :))
ele merece, ele merece, ele merece... eu te amo, beto! nós te amamos! :-)
ResponderExcluir(tudos lindos, parabéns!)
Ô, e essa arte no cabeçalho, massa demais!!!! :D
ResponderExcluirA ilustração do Tuca ficou duca, de torar,
ResponderExcluiraqui vai meu abraço mínimo diante dessa imensidão de pessoa,
beijão Beto
Bão dimais da conta, minerim!
ResponderExcluirOcê merece isso e muito mais!
Feliz felicidade todos os dias!
(Tuca, sua participação ficou o máximo!)
bjs a todos
Rossana
Linda homenagem faz essa caravana poética a uma
ResponderExcluirpessoa tão querida e tão Pessoamente afortunada!
PARABÉNS!, Roberto.
FELIZ ANIVERSÁRIO!!!
um beijo
Belíssima, merecidíssima homenagem. O Roberto tem um coração imenso, catalizador de sensibilidades. Sua pátria é a língua portuguesa, esteja ela onde estiver: Pedra Corrida, New Jersey, Portugal, Timor-Leste, Guiné Bissau... E ele cultiva, alimenta essa pátria com suas crônicas, tornando a "última flor do Lácio" primeiríssima em belezas, sentimentos, maravilhas.
ResponderExcluirE como se não bastasse, ele percorre os blogs em busca de outras manifestações nessa língua-pátria-mátria-frátria, descobrindo valores, agregando, aglutinando...
Tal a importância dessa grande alma que é o Roberto. Desse furacão de emoções que a todos, deliciosamente, nos suspende, nos irmana.
Feliz aniversário, Betão, a língua portuguesa contigo vai de bem a melhor, e está linda na foto. Obrigado, meu mano, e abração.
A todos que homenagearam de forma tão bonita, quando é a emoção que fala, parabéns.
ResponderExcluirRoberto merece!
Beijos
Mirze
Tuquinha, como sempre, vc deu um show!!!
ResponderExcluirMuito bão, parabéns pro grande Roberto e pros poetas que organizaram o sarau. Ando tão atarefada ultimamente que nem deu tempo pra preparar nada. Mas vale as vibrações boas para muitas e muitas felicidade ao escritor!
ResponderExcluirBeijos
sensacionalllllllllllllllllll!
ResponderExcluirparabéns ao roberto!
tuca, demais!
as homenagens, muito, muito, muito bom!
Pago impostos... Sofro de bronquite alérgica... Cozinho para não enlouquecer... Escrevo crônicas para merecer meu pão... Sou raso em tudo o que faço. Profundo em tudo o que sinto. "Não sei o que seria de mim se fosse o contrário disto... Acredito na força do amor e da amizade... Diletante da palavra, sou cria das ruas e de uma solidão povoada de pessoas... Choro em filmes que me emocionam e em livros que me tocam... Posso ser divertido... Posso ser o fim do mundo... Meus olhos falam quase tudo o que minha boca cala. A cor que me encanta é a azul."
ResponderExcluirGente como a gente. Assim é Roberto Lima.
Roberto, obrigada, muito obrigada por partilhar sempre...
Um mimo para você:
Filho...
Óh, meu menino
Será esse o destino
Viajar em seu navio
Pelos mares, pelos rios
Andar... Só...
Filho!
Óh, meu pequeno
Será esse o caminho
Navegar assim sozinho
Sem alguém que nos espere
Nos cais!
Toda vida existe pra iluminar
O caminho de outras vidas
Que a gente encontrar
Homem algum será Deserto ou Ilha
Como não pode o Rio negar o Mar
Seja lá em qualquer Norte ou no Sul
Seja lá na Dinamarca ou aqui
Sonho, sonho solidário
Faz crescer o amor diário
Faz amigo em cada rua
Ou bar
Vai.....
Abre as portas do Navio
Beba o Mar e beba o Rio
Viva a vida e viva o tempo
De Amar
Filho...
VAI...TUA VIDA!!!!
(Milton Nascimento)
Vai, Roberto... Continue a nos en-cantar!
Com amor e carinho,
Sílvia
Tania, também adorei a ilustração. O Tuca está cada vez mais criativo :)
ResponderExcluirAliás, adorei as homenagens! O Roberto deve estar nas alturas de feliz, não está, criatura?? rs
beijoss
Tuca, você é bom mesmo nessa coisa de amizades, amigos, ideias, falação e escrevinhação. O sarau tá demais da conta. Mais parabéns podia dar indigestão no Roberto, mas acho que ele não se altera atoa - então, mais parabéns a você nessa data tão linda!!!
ResponderExcluirLelena, acho que ele adorou, sim! :-)
ResponderExcluirParabéns pelo seu empenho todo. Bjos
uma vez mais, obrigada por me permitirem participar nesta homenagem a alguém tão especial
ResponderExcluirabraço
LauraAlberto
Existe um causo sobre o Mário Quintana que diz que nos idos dos anos 70, os notáveis de Alegrete, pediram ao ilustre filho da cidade que ele indicasse um poema de sua preferência, para ser colocado numa placa de bronze na praça central da cidade. Mário Quintana disse então "Um erro em bronze é um erro eterno.". É isto que está escritor na placa até os dias de hoje na praça do Alegrete.
ResponderExcluirBem, chego atrasado, não no bronze, mas no mar de binários do computador para desejar um feliz aniversário meu irmão e meu fiote. Para você que partilhou do mesmo sonho que eu com o interesse e a intensidade de poucos, deixo o meu carinho e a primeira divisão no campeonato brasileiro, dada de presente, pois afinal, primeira divisão sem dois times mineiros é muito sem-graça! rs
bjo fiote.
De baixo pra riba, que também é bão:
ResponderExcluirFouad: não é porque você é quase tão emancipado quanto eu, que dá pra vir tirando essa onda de ter me deixado permancer na Primeirona... ó que eu chamo o Wilson Pereira, te damos outro porre e, desta vez, te deixamos dormir na rua. falei?
Laura Alberto: os momentos que passei em Portugal na sua companhia (e do jorgíssimo), estão guardados para sempre. Aliás, o Dom Tonho que nos aguarde... vou voltar!
Taninha: você é mais que irmã. e não é de hoje. nem vou chover no molhado.
Dade: confesso que nunca fui tão afagado em toda a minha vida. vocês são lindos, generosos... e amor nunca deu, pelo menos que eu saiba, "congestã" em ninguém.
Bípede: o roberto continua nas alturas... gorduchim, o moço tem vocação pra balão.. só não cortem a linha... senão.... rs...o menino cai no mar... lá no lonjão.
Silvia: muito doce, você, com suas palavras, com a letra de uma canção... sou-lhe muito, muito grato.
... continuando... (tenho até o próximo aniversário, né?)...
ResponderExcluirEleonora: vocês são danados. Essa turma é campeã do afeto.
Luiza: chegaram as vibrações, chegou o carinho... e tinha até um laçarote vermelho e um cartão com sua letrinha.
Mirze: você das minhas. Doss meus. Do círculo círculo mais fechado. Mais próximo. Dentro. Num é?
Campanella: cê é que é uma pessoa doce, de olhar delicado. É das primeiras pessoas com quem travei contato na blogosfera. Foi ficando, ficando... Fomos ficando, ficando... e a amizade só fez crescer. É o senhor soa azuis.
Cirandeira: quando cê tava pra nascer, entro trocentas vezes na fila da generosidade. Beijão.
Rossana: moça dos batons e das palavras... é bão dimais da conta mêsss.... rs... cê é uma bonita. obrigado!
Assis: a ilustração ficou bacanex. mas ainda vou me vingar dele. ô, de torar ficou o seu texto. de torar é esse seu coração, maior que a fonte nova.