quarta-feira, 6 de novembro de 2013

improviso (para imagem de Usha Tsonkova)


















“Nas coisas conhecidas
  o verbo ser
    emudece”
em o eco de mil sinos de prata, Ana Hatherly



vertido o resíduo do verbo
na estria  nascente
do dia,

no braço do rio
no sobejo, no excesso tardio
do corpo imaginário,
a bagagem, nós

e da sombra
[tão ténue a linha excedente da margem]
e na margem, a voz

e da voz
que sobra resíduo

as coisas conhecidas
que aguardam no corpo
na forma de semente
vertigem, a  voz

e do cio da voz,
no braço do rio, na estria nascente
[tão inquieta, quase gente]
a silenciosa aprendizagem do norte

a nuvem da ténue asa breve
o fim.


Novembro 2013, 6



[nota: por desafio de Tania Contreiras, improviso para imagem de Usha Tsonkova.
Um grato e imenso abraço, Tania!]

4 comentários:

  1. Não foi, vou repetir: Leonardo, você é genial, meu irmão!!!! Beijos...
    Ci, sinto falta de você nos Desafios Poéticos no Facebook...:-( Bjos

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  2. Ontem tentei "conversar" com a voz que ouvi do Mar, mas ela confundia-se com o ruído das ondas transformando-se em silêncio!
    Leo, você conseguiu nos mostrar esse fenômeno com tanta delicadeza...! Um belo desafio, hein Tânia? Te escrevi, falando sobre o facebook. Obrigada, viu?

    beijos pros dois dasafiadores, e PARABÉNS!!!

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  3. Essas leituras nos enriquecem tanto... O mesmo objeto se multiplica e isto faz com que nós sintamos infinitos.

    Sinceramente, quando leio Leonardo sempre me vem a impressão de estar maculando sua voz! É como se o poema me recebesse com um dedo sobre os lábios, sugerindo: não mexa em nada, leia e vá, levando o que apenas quiser ir contigo!

    :)

    Beijos!

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  4. Muita gente animada por aqui...adorei!! Abraços pra ti Tania regina

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