A arte de perder não é nenhum mistério;
Tantas coisas contêm em si o acidente
De perdê-las, que perder não é nada sério.
Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,
A chave perdida, a hora gasta bestamente.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Depois perca mais rápido, com mais critério:
Lugares, nomes, a escala subsequente
Da viagem não feita. Nada disso é sério.
Perdi o relógio de mamãe Ah! E nem quero
Lembrar a perda de três casas excelentes.
A arte de perder não é nenhum mistério.
Perdi duas cidades lindas e um império
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Que era meu, dois rios, e mais um continente.
Tenho saudade deles.Mas não é nada sério.
– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo
que eu amo) não muda nada. Pois é evidente
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério.
Elizabeth Bishop, Massachussets - 1911-1979
que a arte de perder não chega a ser mistério
por muito que pareça (Escreve!) muito sério.
Elizabeth Bishop, Massachussets - 1911-1979
Tradução de Paulo Henriques Britto
Comprei o livro!!
ResponderExcluirbeijoss
Cirandeira, este poema de uma beleza que me comove de doer, doer, doer.
ResponderExcluirElizabeth Bishop é uma poeta linda.