Encontrou-a
assistindo à sessão da tarde com um saco de amendoins na mão.
— Ah, é você
(olhar de desdém). Então, pensou no que eu te disse?
— Não.
— E veio aqui
fazer o quê? Buscar o carro?
— Não. Estou
de moto.
Curto
silêncio.
— Vim olhar
de novo essa casa. Vim...
— Você nunca
se preocupou com a casa. Vivia dizendo que era apertada, que...
— Não
exatamente – ele diz, voltando-se para ela. Não é pela casa.
— Então é o
quê? Os móveis? Vai querer ficar com algum?
— Não. Por
que não vamos ao cinema? Está passando um filme do Almodóvar ali no Estação.
— Já vi. Nem
é tão bom assim – ela respondeu, mastigando sem tirar os olhos da TV.
Ele deu
meia-volta e saiu sem fazer barulho. Nunca mais voltou.
Ai, que frrrrrioooo brrrrr!
ResponderExcluirMuito bom, Dade!
beijoss
Uma ótima crônica em format de bolso.
ResponderExcluirgostei muito, Dade.
Quero aprender a escrever assim.
beijão,
r.