Ana Hatherly
"Quando escrevemos, sentimos o mundo se mover; ágil, transbordando de possibilidades, nem um pouco congelado. Enquanto escrevo, mesmo agora, o mundo não se fecha sobre mim, não se torna mais estreito: ele faz gestos de abertura e de futuro.
Eu escrevo. Imagino. O simples fato de imaginar me dá vida novamente. Não estou nem congelado nem paralisado diante do predador. [...]
Eu escrevo também o que não podemos fazer reviver. Escrevo também o inconsolável. [...] Ponho o dedo na ferida e no luto como se toca com as mãos nuas a corrente elétrica, e entretanto não morro. Não chego a captar como se opera esse milagre."
David Grossman, Jerusalém, 1954
Maravilhoso!
ResponderExcluirAi...que lindo...vou copiar para uma de minhas aulas! Abraço do Pedra
ResponderExcluirwww.pedradosertao.blogspot.com
Um milagre, sim! O acto de escrever tem razões que a razão desconhece.
ResponderExcluirUm beijo
Mesmo a imaginação sendo um dado cultural , ou repleta das nossas aculturações, gostei
ResponderExcluirEscrever é colocar no papel toda essência do nosso ser.
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