quinta-feira, 9 de maio de 2013
Dispersos
...
Vou ali chorar e volto.
Juntarei minhas mãos em concha
depositarei lágrimas, com cuidado, até as bordas
e entregarei à terra.
Desse encontro vingará
a cabeceira do rio.
Seu leito não aceitará cuidados
pois é mais forte que eu.
Sulcos de lodo e segredos,
matas de alegria, pedras indomáveis,
sedimentos de saudade e amores mal acabados.
Amanhã chorarei de novo
depois de amanhã também
para alimentar seu curso
de água, sal, sofrimento.
Nesse rio caudaloso
banharei o transtorno, a urgência,
a virulência do sentimento.
Em sua foz,
um dia,
me deitarei
e morte.
Martha
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parabéns pelo livro e este poema é magnífico
ResponderExcluirbeijo
Poema belíssimo, Martha!
ResponderExcluirParabéns pela publicação de mais um livro teu!!!
beijoss
nunca sei se foz é o princípio ou o fim.
ResponderExcluiracertou no cravo.
abração do
r.
ResponderExcluirabração, gente.
Aquele abraço,
Martha