quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Wilson Caritta



A casa alada
 
 
Há palavras que se agarram,
lá na casa das leituras
acasaladas no poeta
não se entregam.
Moram na casa da palavra,
pintam e bordam o poema.
 
 
 
Sem teto
 
 
Há dois jeitos de dormir
vendo as estrelas:
 
tê-las coladas no teto do quarto
ou deitando com o seu olhar
a céu aberto.
 
 
Pensata para Manoel de Barros
 
 
Poeta não tem armas,
só um coração cheio de asas,
um mestre disse que a poesia
voa do lado de fora e faz seu corpo
arrepiar por inteiro.
 
 
Wilson Caritta nasceu na cidade de São Paulo, em 1964 e faleceu hoje, vítima de uma diverticulite.  É autor dos livros Poemas em autoplágio, Rebeldes Azuis e o Profeta da ilha. Era editor do blog Atemporal .



5 comentários: