segunda-feira, 14 de outubro de 2013

"A preguiça do querer"

Se na sociedade moderna se pensasse em termos de ciclos, a questão do tempo e a angústia gerada pela dificuldade de administrá-lo se diluiria. Entretanto, é de tal modo avassaladora a exigência do cotidiano que a falta de tempo pode, na realidade, traduzir a falta de vontade ou a fraqueza dela.
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A resistência ou a preguiça do querer faz com que se alegue a famosa "falta de tempo", que pode ser naturalmente a simples verdade, mas pode também representar um tipo de desculpa que justifique uma recusa sem causar mágoas inúteis. Muitas vezes, no entanto, essa desculpa se aplica a nós mesmos.
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De tão plausível por traduzir o mundo contemporâneo, a falta de tempo como desculpa é como um castelo de cartas que pode ruir a um mero contato com a sinceridade interior. Por mais asfixiante que possa parecer, é possível criar um espaço lúdico e desprovido de tensão chamado tempo. Tempo para si, tempo para o outro, tempo para desejar tempo. [....]

Trechos do artigo de Tuna Dwek publicado na Revista da Cultura - Outubro de 2013


4 comentários:

  1. No caso do desgoverno
    o tempo foi ultrapassado

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  2. Eu creio. E eu sempre crio esse tempo, mesmo quando não há tempo..

    Bjos, ci

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  3. AMIGO,

    O poeta não tem tempo
    E não há tempo no tempo!

    isto não vai ao seu encontro, mas eu prefiro
    o que teoricamente nos apresenta!

    belo texto!

    Maria luisa

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  4. Olá Cirandeira, a falta de tempo é a melhor desculpa para postergar-mos o que temos de fazer agora...e o tempo, o tempo mecânico dos relógios me assuta um pouco, pois parece pouco, muito pouco tempo...
    Bela figura ilustrando este post.
    ps. Carinho respeito e abraço.

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