quinta-feira, 20 de junho de 2013

Parada na esquina


Nina Rizzi está parada na esquina. 
A esquina não fica entre duas ruas. 
As ruas estão desertas, 
porque toda a cidade saiu de casa ao mesmo tempo.
O tempo corre tão rápido quanto o espaço. 
O espaço não significa mais nada. 
Nada é tudo o que o mundo inteiro sabe agora. 
Agora ninguém tira os olhos da maldade. 
A maldade é doce e grudenta como melado.
O melado escorre dos corpos assolados pelo verão.
Um verão inclemente como a verdade. 
A verdade não passa de uma miragem. 
A miragem é Nina Rizzi, 
parada em todas as esquinas.

(Postado originalmente em O Grande Desfile de Pin-ups - V)  .  .

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