domingo, 1 de novembro de 2015
Ficções das pequenas incertezas I
É bem provável que ela diga daqui pra frente narro a vida sem você. Diga quase levemente, assim como quem não quer nada, parecendo menina, deixando as palavras derreterem-se pelo corpo inteiro, de cima abaixo, maculando o vestido, a pele, os pés. É bem provável que ela prenda os cabelos em um coque e ajeite a pilha de livros sobre o criado-mudo, colorida como as fotografias tiradas no mercado de flores, antes de abrir as portas do armário e ordenar a ele que feche as da rotina. Ele, a sua bagagem de retorno e de ida, o seu silêncio de afagos e a sua metade agora mordida.
Postado por Helena Terra (Bípede falante)
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Dentro de nosso tempo fica quem nos dedica um tempo.
ResponderExcluirTe dejo mi blog de poesia por si deseas visitarlo.
ResponderExcluirMe gusta mucho el tuyo
http://anna-historias.blogspot.com.es/2016/09/muerte.html?m=1
A metade dele mordida é uma parte da lembrança que não sabe aonde foi parar, nem do que será feito dela.
ResponderExcluirAdorei o texto!
http://desonsetempos.blogspot.com.br/
Abraços.
Voltando a esta casa.
ResponderExcluirE já animada por este teu texto, carta.
Beijos