quarta-feira, 9 de outubro de 2013

De Mário de Andrade para Oneyda Alvarenga

[.....] Eu creio que não tem nada que torne o indivíduo mais "feliz" do que ele se desenvolver e se realizar dentro das suas tendências pessoais. Seria longo demais pra eu escrever a você o que entendo exatamente por felicidade. Mas basta que lhe diga por hoje que, pra mim, a felicidade não está nos impedimentos que encontramos no caminho, não está nos sofrimentos pessoais, nem depende minimamente da realidade social em que vivemos, A felicidade é um estado do ser, que o normaliza em si mesmo, Pouco importa, mesmo que ele,  pro mundo, seja considerado um anormal, contanto que ele seja normal em si mesmo

[.....] Porque, veja bem, se a felicidade é uma realidade individualista, que nada tem com a realidade do mundo,  não creio que possa haver felicidade que não beneficie de alguma forma a realidade social a que pertencemos. Porque o homem sendo um ser social, as suas tendências fatalmente se referem não apenas ao indivíduo mas à sociedade dos outros indivíduos, também


Em  Mário de Andrade- Oneyda Alvarenga - Cartas - Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1983..

Um comentário:

  1. É assim como diz!

    Mas a pessoa se perdeu em si mesma
    e dentro dele a felicidade fugiu
    e continua fugida
    num lugar escondido...

    E aí
    é difícil de encontrar...quase impossível!

    Já sou dos seus primeiros seguidores
    e esquecida
    como é natural!

    Maria luísa

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