Amizade é tesouro raro. Em meio a muitos tesouros diferentes, cada um encontra um jeito de ser raridade. Como me faz bem pensar nos amigos que encontrei/encontro pela vida! Como me faz bem saber que continuo aberto e sentindo prazer em encontrá-los. Como sou grato por cada um que tenho, por cada um que tive. Amizade, amor... para mim não passam. Transformamos a maneira de lidar com o outro, a vida vai trazendo diferentes abordagens para o mesmo tema. Uns se mantém cada vez mais próximos e sabem o que temos comido, a festa que temos ido, a doença que atrapalhou a reunião, o riso com a besteira da televisão ou o choro com o resultado de exames. Alguns não sabem de detalhes, mas entendem o conjunto da obra e se fazem presentes em pequeninas-grandes coisas. Outros não fazem mais questão de nada mesmo, mas não deixam de deixarem rastros. Olho com cuidado para cada um que me toca, afeta... sinto muito pelas vezes que não pude corresponder ao que desejaram de mim, mas busco sempre ser inteiro, verdadeiro, até mesmo nas pequenas mentiras, aquelas que se forem verdades o outro não entende, como por exemplo não querer falar ao telefone e mandar dizer que está dormindo. Eu não me importo quando me dizem que não querem falar, mas tenho amigos que se zangam, então prefiro mentir para não zangá-los. Depois, quando estou de bom humor e se ele continua querendo falar, gargalhamos juntos. Gosto quando não se ofendem com minha necessidade de ficar sozinho, quando dou aquela morrida necessária. Também compreendo, não sem tristeza, que há os que não voltam mais, os que foram. Aqueles em que se rompe a tênue linha que tecemos juntos até um certo tempo e depois se parte. Aí, chegam momentos de coração partido, doído e lembranças. Aí, chegam os amigos que continuam e te enchem de alegria porque basta tê-los para isso acontecer.
Estou em tempos de saber o que sobrou na cesta do piquenique.
foto e texto Edu O.