quarta-feira, 19 de maio de 2010

A arte de apanhar um taxi


Quando se trata de apanhar um táxi no meio da rua, geralmente, nunca me acontece como nos filmes! Bem que estico a mão, o pé e nada! Nunca aparece um disponível, logo ali! A primeira vez que me aconteceu, pasmei. E ainda não sabia que estava para pasmar muito mais. Foi em Lisboa. Olhei para o lado esquerdo, estiquei a mão e o táxi parou logo ali. Esse dia foi de filme. Tão de filme que o motorista desse mesmo táxi foi detido 15 minutos depois! Assim, tipo sair da viatura à força e mãos atrás das costas! Dois carros de polícia um taxista e eu... e eu incrédula a pensar que era para os Apanhados. Eu à procura de uma câmara, para dizer, com um adeus envergonhado, "isto é só a brincar, mamã! Não te aflijas!!!" Mas era a sério. O polícia a mandar-me sair do carro. Saia, saia. Desculpe o incómodo. Mas saia. Que corria perigo... e eu a sair, atónita a pensar porquê a mim e a responder-me, como sempre, porque sim. Se não fosse a ti era a outro qualquer! Entretanto o Alfa já teria partido e eu rua Augusta fora, ou rua do Ouro ou outra qualquer, por ali fora. A pensar, a beliscar-me. À beira de um ataque de nervos. Nesse dia, lembro-me claramente, contra todas as previsões, cheguei ao Porto de avião! Foi, talvez, há cinco anos.
Isto para registar, imaginem só, que ontem, em Lisboa, pela segunda vez na vida, estiquei a mão, como nos filmes, e o taxista parou de imediato.Passados 15 minutos, nenhum carro da polícia nos perseguia e, o motorista, não foi detido. Nem eu ia para Santa Apolónia. Ontem, entrei no táxi para fazer uma viagem um pouco maior. E o taxista ouvia Antena 2. E perguntou se aquela música me incomodava? E eu, que não, que não, que até lhe agradecia. Que gostava. E ele a falar de música clássica. A mostrar-me, com delicadeza e certa timidez os seus discos de música clássica e a falar de Mozart. Com sabedoria. E a perguntar-me se podia pôr um disco, já que eu gostava...e se podia pôr mais alto. E eu que sim. Que podia. E a música toda dentro do carro, os vidros fechados e cristalinos. E Lisboa lá fora, aberta, carregada de gente em trânsito...como eu. Como nos filmes...
Imagem: Liv Tyler; Candid photos

3 comentários:

  1. NY é como nos filmes, levanta a mão, tem táxi...

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  2. Gostei do relato e fiquei a imaginar a cena...
    Como Francis já falou de NY, vou dizer de São Paulo: Levantar a mão pode, ter taxi... tem, mas parar ele não para. Muitas são as condições necessárias e as conjunções imprescindíveis para que o evento "parada" ocorra. Nem sempre é possível...

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  3. Francis,
    ainda não reuni as condições que entendo necessárias para ir a NY :) a primeira coisa a fazer, não vou esquecer, é esticar a mão, como nos filmes!

    Tarde, parece muito mais difícil em S. Paulo!

    :)

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