sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Na biblioteca





 


O que não pode ser dito guarda um silêncio
 feito de primeiras palavras diante do poema,
  que chega sempre demasiadamente tarde,
quando já a incerteza e o medo
 se consomem em metros alexandrinos.
Na biblioteca, em cada livro, em cada página sobre si recolhida,
às horas mortas em que a casa se recolheu também
virada para o lado de dentro,
 as palavras dormem talvez,
sílaba a sílaba, o sono cego que dormiram as coisas
antes da chegada dos deuses.
Aí, onde não alcançam nem o poeta nem a leitura,
o poema está só.
E, incapaz de suportar sozinho a vida, canta.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Náuseas




Eu sei, eu sei, o Natal está chegando, é hora de votos alegres, bolinhas cintilantes e barbudos suarentos de roupa vermelha. Dependendo do contexto, tudo isso também pode ser uma náusea.
Assim como gente jogando lixo da janela do carro, a cara do político safado, autoajuda de ocasião, conselhos impossíveis, como aqueles que ameaçam você com câncer e infarto caso não os siga. Programação de tevê nos fins de semana; gente que se acha o máximo e não é; correntes por e-mail, prometendo o que nunca vai se cumprir; textos assinados por autores famosos que nunca os escreveram; mensagens de nove megas pra você perder tempo de abrir e ver um desfile de figuras bregas e textos bobocas. Baile funk ou festa que nunca se acaba no play do prédio vizinho. Os preços nas livraria (campanha pela multiplicação dos sebos já!!!). Falsidade, mentira desnecessária, deslealdade, corrupção, exploração, plágio. Políticas (?) de educação no Brasil. Submissão cega à moda, o consumismo fútil que agrava as desigualdades sociais. Estupidez, violência, agressividade liberada, desrespeito pelos outros e pela natureza, falta de educação, insensibilidade aos problemas alheios.
É nauseante não poder confiar nas pessoas, às vezes vizinhos ou colegas de trabalho. É de dar calafrios ter que andar na rua com medo de quem passa. É uma ressaca ser acordado às sete e meia da manhã por um telefonema de marketing. É de dar desgosto ver a Barra da Tijuca transformada em Miami. E não dá mais pra aturar a avalanche de efeitos especiais – e a barulheira que eles fazem – dos filmes americanos médios, os mais numerosos, a visão de mundo boçal que impregna esses filmes, nem a babaquice das comédias que se repetem ad nauseam nos telecines da vida.
Tirando mais uns tantos itens nauseantes, que ia ser dose ficar enumerando, mas que a gente atura e acaba ficando ranzinza por causa deles, vamos enfim reconhecer que o Natal pode ter momentos genuinamente gostosos, de alegria e até de felicidade. É desses que desejo aos queridos amigos.

Da série ouvindo no carro

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Arde

Arde no
inesperado
elo dos
dias, a
criação
do afeto,
sofrimento
regresso
de
permanente
solidão.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012



Navio

por Eliana Mara Chiossi
Deixar a casa
para não levá-la nas costas
Deixar a casa
como se houvesse um
terremoto e houvesse pressa
Deixar a casa
como se fosse algum incêndio.
É assim que se sente ela,
perdida entre os móveis e os utensílios
numa casa grande demais,
repleta de quartos inúteis
e cômodos repletos de coisas inúteis.
A casa é um navio
parado no oceano
alimento da pergunta
daqueles que estão na praia
olhando e esperando
que algo aconteça
e a casa se mova.

A casa é um chão de areia
Onde estão espalhadas
As coisas inúteis e amadas
Como os vasos de flores
A coleção de fotos
As músicas e os vestidos.

Deixar a casa
como quem deixa o passado
e os livros, os incontáveis livros
com as milhares de histórias
até que seja contada a história
em que ela deixa a casa
para não esquecer de encontrar sua alma.

Cântico negro


 
"Escada", Marcel Duchamp




"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
  (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
  A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
  A ir por aí... Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
  Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou.. .
 Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
  Sei que não vou por aí!
 
 
José Régio, pseudônimo literário de José Maria dos Reis Pereira, nasceu em Vila do Conde, Portugal ( 1901-1969) Romancista, dramaturgo, ensaísta e crítico, foi, no entanto, como poeta. que primeiramente se impôs. Com o livro de estréia — "Poemas de Deus e do Diabo" (1925) — apresentou quase todo o elenco dos temas que viria a desenvolver nas obras posteriores: os conflitos entre Deus e o Homem, o espírito e a carne, o indivíduo e a sociedade, a consciência da frustração de todo o amor humano, o orgulhoso recurso à solidão, a problemática da sinceridade e do logro perante os outros e perante a si mesmos.

Um domingo com Tanghetto

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Coito de olhares




Um coito afoito
de olhares.
Eu não te disse nada
e nem sei quem eras.
mas o que me separava
de ti era somente corpos
meu e teu, desconhecidos.

Um coito afoito
de olhares.
Quem eras tu
e eu quem era...
Seriam séculos
de espera
e esse encontro no sinal?
Atenção
o sinal vai abrir
e tomaremos rumos
diversos.
Um coito afoito
de olhares.
Estridente buzina
e a sina da separação.

Atenção
o sinal vai abrir
e o teu sêmen
derrama-se
feito lágrimas
sobre meu rosto.
 
 
(Não esquece de deixar suas pegadas no Roxo-violeta...rs :  http://roxo-violeta.blogspot.com.br/)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Da série Mitologia - II

 
 
Sísifo, Max Klinger - 1914
 
Tarefa de Sísifo
 
Uma tarefa aparentemente sem sentido, impossível ou infindável
 
 
Sísifo era um rei mitológico de Éfira, na Grécia, famoso por sua astúcia, qualidade que usou basicamente para prolongar artificialmente a própria vida. Em certa ocasião, chegou a sequestrar o espírito da Morte fazendo com que testasse algumas correntes mágicas. Mesmo quando Sísifo foi finalmente levado ao mundo subterrâneo, não demorou para que sua lábia o tirasse de lá.
Enfim, Zeus decidiu mandar o astuto rei para o Tártaro, a região mais baixa do mundo subterrâneo, que era o equivalente grego antigo do inferno, onde sua punição seria passar a eternidade rolando uma pedra montanha acima. Volta e meia Sísifo conseguia levar a grande pedra para o topo, de onde ela caía e rolava montanha abaixo.
No período clássico, Sísifo servia de aviso para os mortais sobre os riscos de tentar ser mais esperto que os deuses imortais, mas a partir do século XX, Sísifo foi reinventado como herói do absurdo. O francês Albert Camus chamou-o de "proletário dos deuses", e admirava-o por sua lucidez e por seu desdém.
 
 
Ferdie Addis,  em  A caixa de pandora - Editora Casa da Palavra

Da série cantando no chuveiro

As peregrinações de um poema


O poema é solitário
Paul Célan
Desenho de Ana Hatherly





O pequeno gesto de um poema
pode abrir uma perspectiva infinita?
Quantas vezes será preciso
bater com a cabeça
para vislumbrar a graça original?
Tudo o que podemos não podemos
Tudo o que fazemos não o fazemos sós
A palavra é um duro muro:
não se move a suplicantes rogos
O poema isola o poeta
afirma-se à margem de si próprio
 
***
 
Os poemas são uma peregrinação
uma crença
que impele o poeta ao corpo a corpo
com o abismo que o cerca
A batalha é infinita
assenta no interesse do acaso
do ocaso
dos infinitos mortos
em cujos ombros subimos
incansáveis
Qual é o prazer do caminhante
senão
o de encontrar a invisível ponte
a ambição de ousar?
A nostalgia é um erro da paixão
O poema é um rio de vozes (grifo meu).

 
Ana Hatherly, Porto (1929- ), em O pavão negro, 2003.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mas o que vou dizer da poesia?

 
 
 
 

Mas o que vou dizer da poesia?
O que vou dizer destas nuvens, deste céu?
Olhar, olhar, olhá-las olhá-lo e nada mais.
Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia.
Isso fica para os críticos e professores.
Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia...



Federico Garcia Lorca (1898-1936), poeta e dramaturgo espanhol assassinado durante a guerra civil espanhola.

Timidez





Escondo-me nos dias
como entre nuvens
espumas
para assistir a vida
atenuada.

Da série cantando baixinho

Ao "Dia da Consciência Negra" !!!


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

As palavras


 

 
 

São como um cristal, as palavras.
Algumas um punhal, um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória. inseguras, navegam;
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves
  Tecidas são de luz e são a noite
E mesmo pálidas, verdes paraísos lembram ainda
Quem as escuta?
Quem as recolhe assim, nas suas conchas puras?
 
 
 
Eugênio de Andrade

domingo, 18 de novembro de 2012

Da série cantando no chuveiro

Agridoce


Imagem capturada no Google


 
Lá no Araçá, à beira
de um fértil riacho,
havia uma goiabeira,
sombreando vários
formigueiros.  

Para um pequenino,
jogar um pouco
de areia nos formigueiros,
e subir na goiabeira,
eram momentos mágicos.

As formigas, assanhadas,
subiam na goiabeira,
organizadas, enfurecidas,
tentando revidar à provocação.
O menino, tentando fugir,
subia em galhos mais altos.

O problema era quando
ele chegava ao fim da estrada
(ponta de um galho):
sem ter para onde ir,
tinha que escolher entre
as picadas das formigas
e as fraturas da queda.

Picada de formiga-de-roça é uma seta,
e, quando a seta acerta o menino asceta,
impõe um olhar agridoce.

Picada de formiga-de-roça não se esquece.
Ele ainda carrega essa sensibilidade,
mesmo não brincando com formigueiros.

O mundo deturpa o olhar agridoce do menino
com vestimentas doces, mas corpos acres.

(Carlos Souza)

http://janeladescoberta.blogspot.com.br/

sábado, 17 de novembro de 2012

Spanish Harlem


 1960

1967

1971

1987



A linguagem é uma pele








"A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos nas pontas das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contato: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, colocar em evidência um significado único que é ‘eu te desejo’, e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação."

((Roland Barthes,  Fragmentos de um discurso amoroso)

A gargalhada e o nascimento do mundo...!




"Tendo rido Deus, nasceram os sete deuses que governam o mundo. Quando ele gargalhou, fêz-se a luz...Ele gargalhou pela segunda vez: tudo era água. Na terceira gargalhada, apareceu Hermes; na quarta, a geração; na quinta, o destino; na sexta, o tempo. Depois, pouco antes dá sétima gargalhada, Deus inspira profundamente, mas ele ri tanto que chora, e de suas lágrimas nasce a alma".
(Autor anônimo - século III - papiro de Leyde) - O Universo nasceu de uma enorme gargalhada. Deus, o Único, qualquer que seja seu nome, é acometido - não se sabe por quê - de uma crise de riso louco, como se, de repente,  ele tivesse consciência do absurdo de sua existência. Nessa versão da criação, Deus não cria pela palavra, que já é civilização, mas por esse espocar de vida selvagem, e cada um de seus sete  acessos faz surgir do Nada um novo absurdo tão absurdo quanto o próprio Deus: a luz, a água, a matéria, o espírito. E no final desse big bang cômico e cósmico, Deus e o universo encontram-se em um face a face eterno, perguntando um ao outro o que estão fazendo lá: aquele que ri e sua gargalhada.


Georges Minois, em História do Riso e do Escárnio - Editora UNESP - São Paulo
O autor é professor de História, membro do Centre International de Recherches et d'Études Transdisciplinaires. Tem publicado também História dos Infernos, História da Velhice no Ocidente, História do Suicídio, História do Ateísmo, entre outros títulos.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Da série Mitologia

Atena e as Musas, de Frans Floris (1560)
 
 
MUSA
 
A fonte da inspiração de uma pessoa
 
 
As Musas eram um grupo de deusas consideradas as gontes divinas da arte e da cultura, associadas a Apolo e a Dionísio, e amplamente cultuadas em toda a Grécia.
Os poetas clássicos costumavam se considerar reservatórios a serem preenchidos pela divina inspiração das Musas. Os poemas antigos frequentemente começavam convidando alguma Musa a falar pelo  poeta: "Canta-me a Cólera - ó deusa! - funesta de Aquiles Pelida" é o célebre primeiro verso da Ilíada  de Homero. Igualmente, na Eneida,  Virgílio pede à Musa que conte a história por meio dele:
 
Musa, as causas me aponta, o ofenso nume
ou por que mágoa  a soberana deia
compeliu na piedade o herói famoso
a lances tais passar, volver tais casos.
 
As Musas permaneceram figuras frequentes na poesia e na arte durante a Idade Média e o Renascimento. Pode-se encontrar invocações à Musa em Dante e em Chaucer, e até John Milton, severo cristão, invocou a Musa pagã no começo de seu épico Paraíso perdido.
No mundo de hoje, mais secularizado, as Musas foram amplamente esquecidas. Os poetas modernos normalmente ficam com o crédito por suas obras, em vez de dizer que foram possuídos por divindades de três mil anos. Mesmo assim, em palavras como "música" e "museu" a memória das Musas continua viva.
 
 
Ferdie Addis, em A Caixa de Pandora - Editora Casa da Palavra.

Anjo ébrio




Embriaguei
o anjo que me guarda
porque anjo lúcido me cansa.
 Pinta essas asas de sangue
encurta a roupa e mostra
o contorno das tuas pernas
dança a dança dos profanos
senta e toma mais um trago.
Embriaguei
o anjo que me guarda
porque anjo lúcido
não caminha nos becos fétidos
por onde caminho.
Era madrugada
quando meu anjo
cambaleante
gritava:
eu não sou anjo
agora eu sou passarinho.
E gorjeava o anjo
asas amassadas
halo despencado
iluminando nossos pés
ébrios..
 
 http://roxo-violeta.blogspot.com.br/
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

emBEIRUTada







Ci, tou saindo até domingo. O blog é todo seu! Please, cuide da criança :)
beijossssss

Bípede Lê Falante Cantante e emBEIRUTada

The long and winding road

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

(Vinícius de Moraes)


Seriously

Sem comentário

Porque algumas pessoas valem muito e não sabem


terça-feira, 13 de novembro de 2012

O nosso Assis!

Vamos entrar nessa corrente? A ideia é do Roberto Lima, do blogue Primeira Pessoa: olhem lá!  http://cronicasderobertolima.blogspot.com.br


Enquanto isto, em Feira de Santana....


Um grande escritor - pessoa maior ainda - lança seu livro "O Ano que Fidel foi excomungado".
É hoje, em Feira de Santana-BA, e quem estiver na região e não for é "mulher do padre".
Quero propor uma corrente pró-livro  de José de Assis Freitas, o nosso Assis.
Cada amigo compra três exemplares e presenteia três outros amigos da blogosfera.
Que engatam três outros amigos.
Que repassam a outros três.
E assim vai...
E assim, vamos.
O homem que quebrar a corrente, nem Viagra no café da manhã e Cialis no almoço o salvarão.
E é garantido que seu time cairá para a segunda divisão.
Se o quebrador de corrente for mulher, engordará dez quilos em dez dias.
Quem leu, mas fingiu que não leu, acabará se apaixonando platônicamente por um Big-Brother e terá, pelos próximos dez anos, um prefeito do PFL.

Bora participar?
Eu ainda não paguei, mas já comprei os meus três.


(Roberto Lima)

Fábulas Para a Reconciliação



"A primeira fronteira que o homem gerou foi a que nos separou dos animais. Para substituirmos esta separação, criamos fábulas, canções e filmes. Neles, os animais voltavam para nos trazer lições de humanidade. Amadurecemos e negamos essas lições, nos colocamos como reis da existência. A relação com os animais é uma sabedoria africana. Passa longe de ingenuidade. A linha divisória entre humano e não humano é osmótica. O homem pode ser leão e o leão pode ser homem. A fronteira entre animal e humano deve se redesenhada. Ela passa dentro de nós. Precisamos de novas fábulas para nos reconciliarmos."

 – Mia Couto no Fronteiras do Pensamento Porto Alegre 2012 (12/11/2012)

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Desamparo

 
 
 
 
Desampara-me
a ausência de mistérios
como se no fundo
dos teus olhos
houvesse apenas 
cicatrizes.
 
 http://roxo-violeta.blogspot.com.br/