terça-feira, 28 de agosto de 2012

Quando se morre a carne

Ali, no dedilhar do violão, nota-se a unha não roída, a carne não ferida, a cutícula não estraçalhada. 
Naquele dia de alto violão via-se a pele limpa, barba feita, dentes escovados e sobrancelhas penteadas. As roupas bem passadas, cheirando a amaciante. Os sapatos lustrados. O bafo sem cigarro, nem bebida indicava o quanto eu o fazia mal antes de nos deixarmos.
Depois de mim a carne podre curou-se e eu ainda aqui chorando em espanhol a canção-carne que nunca ouvi.

2 comentários:

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  2. que rico miniconto, Edu.
    tão poucas palavras e um sentimento tão intenso.
    bonito.
    sensível.
    honesto.
    puro.
    gostei muito :)
    Beijoss

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