domingo, 28 de novembro de 2010

Definições definitivas...


CADEADO - a mãe do Ado procurando-o

Depois do horizonte

Depois que a gente atravessa o horizonte,
onde mesmo nós chegamos?


Foto de Edu O.

Edgar Allan Poe





A honestidade artística



Ultimamente foram achados documentos nos quais se constata que o trabalho literário de Poe era pago à razão de cinquenta cêntimos de dólar a página impressa. Se seus contos menos conhecidos tinham, em média, quinze páginas, e os mais famosos apenas dez ou doze, a média geral era de seis dólares por conto, isto é, quinze pesos.*
Um dos mais extraordinários gênios que o mundo conheceu, quase sem ascendentes e sem sucessor algum - só e isolado na história literária como um diamante -, este homem de inteligência profunda até a vertigem, vivia, comia, vestia e mantinha suas relações interpessoais à razão de um peso por cada página que escrevesse.
O caso não é único. De Homero a Leonhard Frank, passando por Beethoven (quando vendia sua quinta sinfonia por vinte e cinco pesos), o gênio adquire seus privilégios em detrimento do bem-estar. Se por um lado não causa espécie tal fenômeno, que de certo modo é biológico, surpreende, por outro, a honestidade de Poe, que limitou seus grandes contos a doze páginas, ganhando com eles não mais do que seis pesos, quando lhe teria sido fácil aumentá-los para vinte ou cem páginas.
Admita-se que, com seis pesos, matava a fome de seis dias, e que nas noites correspondentes pudesse dormir num colchão de lã. Com Poe tudo é possível. O que não se admite é que essa renda também lhe fosse suficiente para beber o que bebia.
São conhecidas as fraquezas do escritor. Não houve paraíso artificial que não visitasse nem serpente que não lhe devolvesse fielmente as visitas na forma de delirium tremens. Fome de comer e sede de álcool, estroinices desatinadas e o mais que se ignora dessa extravagante criatura, tudo devia ser fatal e mesquinhamente coberto pelos seis pesos de cada conto.
Se para Poe a necessidade de álcool, éter, ópio, era tão orgânica quanto se supõe, poucas torturas teriam sido iguais àquelas que sofria quando a escassez de meios lhe permitia comer e beber, mas não embriagar-se. Nessas horas teria dado uma fortuna, se a tivesse, por uma gota de álcool. Admire-se, por isso, a honestidade mais do que heróica, o pudor mais do que divino do escritor quando, escrevendo um conto, terminava-o no momento preciso, na décima página, ainda que transtornado pela ânsia de beber.
Vontade, confiança, decoro, tudo no grande contista naufragou, menos a honradez artística. Aumentando um pouco aqueles contos de excepcional sobriedade poderia ter alimentado folgadamente a besta do álcool. Ninguém como ele teria facilidade para tanto. Não o fez. Hoje, no entanto - sem pressões ou necessidades, e se as temos basta encompridar um conto, que de conto só tem o nome -, nos lembramos de Poe mais pelas bebedeiras do que pela honestidade.



Extraído de "Heroísmos (Biografias Exemplares)", do escritor uruguaio Horácio Quiroga (1878-1937) - Tradução de Sergio Faraco


* Moeda argentina no câmbio de 1927.

sábado, 27 de novembro de 2010

Definições definitivas...


AÇUCAREIRO - revendedor de açúcar que vende acima da tabela

Saramago e Pilar

Coluna do jornalista Paulo Sant'Ana, publicada pelo interino Mário Marcos de Souza (e-mail mario.souza@zerohora.com.br)



" Homem fascinado pelos mistérios da alma, o titural desse espaço deveria reservar duas horas do seu dia, suspender a tentação de fumar e assistir ao documentário José e Pilar. É um filme comovente sobre as últimas décadas de vida de Josér Saramago - aquelas que começaram aos 63 anos, quando ele conheceu e se apaixonou pela jornalista espanhola Pilar Del Rio, 28 anos mais jovem. Foi uma relação intensa, cúmplice, apaixonante.
-- Se eu tivesse morrido aos 63 anos, antes de lhe ter conhecido, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora -- dizia Saramago, diante de uma Pilar agradecida.
-- É um filme dolorosamente real e poético - reagiu a própria Pilar, ao destacar o trabalho do diretor português Miguel Gonçalves Mendes.
Sant'Ana nunca mais esqueceria.

A primeira surpresa para quem assiste ao filme é perceber como o diretor e sua equipe entraram na vida do casal. Aos poucos, depois dos primeiros contatos, Mendes passou a fazer parte da rotina de José e Pilar, a tal ponto, que em certas passagens fica a impressão de que não percebiam mais a presença da câmera. Lá está ela enquanto assistem TV, debatem política, vão ao banheiro, se aprontam para sair, viajam, cumprem uma agenda estafante. A câmera marca presença até mesmo quando Saramago passa três meses doente. Em algumas passagens, você chega a imaginar que há algum equipamento oculto, como aquele que os repórteres usam, não percebidos pelos personagens. A câmera está lá - sempre ao lado do Prêmio Nobel e de sua parceira.

José  e Pilar, nas viagens ou na casa, da ilha espanhola de Lanzarote, mostram a cumplicidade que todo casal deveria ter. De alguma maneira, eles descobriram a fórmula de uma relação intensa, afetiva e quase perfeita. A genialidade e o humor de Saramago combinaram como nunca com a inteligência de Pilar, uma jornalista espanhola que um dia marcou uma entrevista com o escritor porque queria conhecê-lo -e nunca mais se separou dele.
-- Quando a vi chegar, percebi que seria outra coisa -- explica Saramago.
Por uma feliz iniciativa da Vila de Azinhaga onde nasceu, Saramago e Pilar são nomes de ruas na comunidade - e elas se cruzam em determinado ponto. Seguem sempre juntos.

Sant'Ana vai descobrir, principalmente, que o documentário confirma uma tese defendida por ele neste espaço inúmeras vezes - a de que o envelhecimento não significa descarte. A fase mais produtiva da existência de Saramago se estendeu dos 63 anos, quando conheceu Pilar, aos 87, quando morreu. Neste período, conheceu Pilar, casou-se em 1988, escreveu, ganhou o Nobel de Literatura, viu o brasileiro Fernando Meirelles levar para as telas Ensaio sobre a Cegueira ( o momento em que ele se emociona ao ver o filme é um dos pontos marcantes do documentário), criou sua fundação, montou uma biblioteca imensa na ilha, viajou pelo mundo todo, inclusive o Brasil. Cumpriu uma agenda de trabalho tão intensa, que em certo momento, quem assiste ao filme se angustia. Quando alguém perguntava se não era cansativo demais, a doce e firme Pilar respondia que eles teriam muito tempo para descansar depois da vida - e que se surpreendia com os jovens de hoje, quase sempre cansados.

José e Pilar é, acima de tudo, uma lição de vida.

Amália Rodrigues, Alfama

Judite quer chorar, mas não consegue! - o livro


Judite quer chorar, mas não consegue!


Lançamento do Livro infantil de Edu O. na “Comidinha de Panela” na Casa da Mãe, TERÇA, dia 30/11.

Judite é uma lagarta que amedrontada diante das transformações naturais da vida, hesita (e evita) em seguir o percurso da sua condição existencial e não quer se tornar uma borboleta.

A personagem Judite criada pelo coreógrafo/dançarino Edu O. para espetáculo de dança, já circulou por inúmeras cidades do Brasil e exterior; transformou-se em objeto de estudo de tese de dourado na PUC (São Paulo); foi tema de pesquisa apresentada no II Congresso Del MERCOSUR y I Latinoamericano de Arteterapia – Buenos Aires/Argentina; inspirou poemas, desenhos e músicas, finalmente transformou-se em livro infantil, lançado no início deste mês, em Santo Amaro, Lençóis e Itaberaba.

Agora será realizado o lançamento em Salvador, com Noite de Autógrafos, dia 30/11, às 20h, na Casa da Mãe, integrando o Projeto “Comidinha de Panela”, sendo o livro no valor de R$ 10,00. O evento tem Entrada Franca e Microfone Livre.

O livro tem o texto de Edu O., ilustrações feitas pelo público do espetáculo que varia de criança a profissionais de diversas áreas, sendo a Capa de Flávia Motta, e na contracapa Mabel Velloso escreve um texto de boa sorte ao mais novo escritor baiano Edu, enriquecendo ainda mais este projeto que é sucesso por onde passa.

R. Guedes Cabral, 81. Rio Vermelho. Em frente à Colônia de Pescadores. Tel 3017 - 9041

Lev Tolstoi (1828-1910)

































Os debates ocultam a verdade mais frequentemente do que a revelam. A verdade real deve ser revelada na solidão. Quando revelada, ela se torna clara para você de modo que possa aceitá-la sem qualquer argumentação ou discussão.
Lev Tolstoi.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

haja o que houver

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ABREVIATURA - ato de se abrir um carro

Dignidade




Eu não tenho pena desses tadinhos
que escolheram - pelas vicissitudes --
o caminho fácil da violência.
Enquanto os outros -- a maioria --
preferiram as duras vias da vida justa
e estão obrigados a se submeter
às vontades dos "donos da comunidade"
convivendo com suas drogas,
seus gatos, suas armas e combustíveis.

Ajuste Musical

Cartas Exemplares

De Gustave Flaubert:

Que coisa desgraçada que é a prosa! Não termina nunca; tem-se que refazer sempre. Eu acredito no entanto que podemos dar-lhe a consistência do verso. Uma boa frase de prosa deve ser como um bom verso, imutável, tão ritmado quanto sonoro.

Mas não são as pérolas que fazem o colar; é o fio.

Sim, a tolice consiste em querer concluir. Nós somos um fio e queremos saber a trama.

Eu só acredito na eternidade de uma coisa, é na da ilusão, que é a verdadeira verdade. Todas as outras são apenas relativas.

A febre esvazia o espírito; a cólera não é força, é um colosso cujos joelhos vacilam e que fere mais a si próprio do que aos outros.

Todo o talento consiste em fazer que ele tome o jeito que se quer.

É perder tempo ler críticas. Eu faço questão de sustentar uma tese de que não há uma só que seja boa, que isto não serve para nada a não ser para imbecilizar os autores e para embrutecer o público, e, enfim, que se faz crítica quando não se pode fazer arte, assim como quem não pode ser soldado torna-se informante.

Quanto a mim, estou de fato muito bem, depois que aceitei estar sempre mal.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Da eternidade...


Eu sei que é tarde
E que a cidade dorme.
Luzes se apagam
Sob os latidos roucos
De cães longínquos.
Mas no teu olhar
Arde o fogo inextinguível
Da eternidade...

Djavan...me..." Acelerou "



Ando...tão perdido em meus pensamentos
Longe já se vão os meus dias de paz
Hoje...com a lua clara brilhando
Vejo que o que sinto por ti é mais...

Quando te vi, aquilo era quase o amor
Você me acelerou, acelerou, me deixou desigual
Chegou pra mim, me deu um daqueles sinais
Depois desacelerou e eu fiquei muito mais...

Sempre esperarei por ti, chegue quando
Sonho...em teus braços dormir, descançar
Venha e a vida pra você será boa
Cedo que é pra gente se amar a mais...

Muito mais perdido, quase um cara vencido
À mercê de amigo ou coisa que o valha
Você me enlouquece, você bem que merece
'inda me aparece de minissaia...

Sério...o que eu vou fazer...eu te amo
Nada...do que é você em mim se desfaz
Mesmo sem saber o teu sobrenome
Creio que te amar é pra sempre mais...

Sem Bússola, Sem Leme


Cansada, exausta, do labor insano
duma vida incolor, sem fantasia,
vou ver se encontro, noutro meridiano,
a emoção que desejo em cada dia.

Vou procurar, sem lógica, sem plano,
um pouco de aventura, de alegria.
Não mais o miserável quotidiano,
antes o vendaval que a calmaria.

Antes dor... No barco em que navego,
sem bússola, sem leme, louco e cego,
vou procurar inexistentes rotas.

Ó meu veleiro doido, sem governo,
a caminho, talvez, do céu, do inferno,
sobre espumas e asas de gaivotas.

Fernanda De Castro

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ABAIXO - letra A com pouca altura

De Paula Tavares

Esta manhã dói-me mais do que de costume
A pele
As escarificações
As cicatrizes
Dou-me a noite de laços e espuma
Dói-me agora a pele
As escarificações as cicatrizes
Dói-me o teu corpo deitado
O silêncio
Os gritos em feixe
dentro de mim.

A coerência é um valor moral?


A coerência é o último refúgio de quem tem pouca fantasia e, talvez, de quem tem pouca coragem



NO FIM de semana retrasado, estive em Olinda, na Fliporto (Feira Literária Internacional de Pernambuco). No sábado, Benjamin Moser, que escreveu uma linda biografia de Clarice Lispector ("Clarice,", Cosac Naify), lembrou que, na famosa entrevista concedida à TV Cultura em 1977, a escritora afirmou que não fizera concessões, não que soubesse.
Moser acrescentou imediatamente que ele não poderia dizer o mesmo. E eis que o público se manifestou com um aplauso caloroso.
Talvez as palmas de admiração fossem pela suposta coerência adamantina de Clarice, que nunca teria feito concessões na vida. Talvez elas se destinassem a Benjamin Moser pela admissão sincera de que ele (como todos nós) não poderia dizer o mesmo que disse Clarice.
Tanto faz. Nos dois casos, o pressuposto é o mesmo. Que as palmas fossem pela força de caráter de Clarice ou pela honestidade de Moser ao reconhecer sua própria fraqueza, de qualquer forma, não fazer concessões parecia ser, para os presentes, uma marca de excelência moral.
A pergunta surgiu em mim na hora: será que é mesmo? Posso respeitar a tenacidade corajosa de quem se mantém fiel a suas convicções, mas no que ela difere da teima de quem se esconde atrás dessa fidelidade porque não sabe negociar com quem pensa diferente e com o emaranhado das circunstâncias que mudam? Aplicar princípios e nunca se afastar deles é uma prova de coragem? Ou é a covardice de quem evita se sujar com as nuances da vida concreta?
Como muitos outros, se não como todo mundo, cresci pensando que não fazer concessões é uma coisa boa.
Fui criado na ideia de que há valores não negociáveis e mais importantes do que a própria vida (dos outros e da gente). Talvez por isso me impressionasse a intransigência dos mártires cristãos (embora eu tivesse uma certa simpatia envergonhada por Pedro renegando Jesus para evitar ser reconhecido e preso).
Durante anos admirei os bolcheviques por eles serem homens de ferro (a expressão é de Maiakóvski, nada a ver com "Iron Man") e desprezei Karl Kautsky, que Lênin estigmatizou para sempre como "o renegado Kautsky", por ele ter mudado de opinião sobre a Primeira Guerra, sobre a revolução proletária, sobre o bolchevismo etc.
Vingança da história: Lênin se tornou quase ilegível, mas a obra principal de Kautsky, que acaba de ser traduzida, "A Origem do Cristianismo" (Civilização Brasileira), continua crucial.
Mas voltemos ao assunto. Hoje, estou mais para Kautsky do que para bolchevique; até porque descobri, desde então, que Mussolini se vangloriava gritando: "Eu me quebro, mas não me dobro". Ele se quebrou mesmo, enquanto eu me dobro e posso renegar ideias minhas que pareçam ser, de repente, inadequadas ao momento (dos outros, do mundo e meu).
Olhando para trás, descubro (com certo orgulho) que, ao longo da vida, fiz inúmeras concessões, inclusive na hora de escolhas fundamentais. Poucas vezes lamentei não ter sido coerente. Mas muitas vezes lamento não ter sabido fazer as concessões necessárias, por exemplo, na hora de ajustar meu desejo ao desejo de pessoas que amava e de quem, portanto, tive que me afastar.
Alguém dirá: espere aí, então a fidelidade a princípios e valores não é uma condição da moralidade?
Estou lendo (vorazmente) "O Ponto de Vista do Outro", de Jurandir Freire Costa (Garamond). O livro é, no mínimo, uma demonstração de que a forma moderna da moral não é o princípio, mas o dilema. E, no dilema, o que importa não é a fidelidade intransigente a valores estabelecidos; no dilema, o que importa é, ao contrário, nossa capacidade de transigir com as situações concretas e com os outros concretos.
A coerência é uma virtude só para quem se orienta por princípios. Para o indivíduo moral, que se orienta (e desorienta) por dilemas, a coerência não é uma virtude, ao contrário, é uma fuga (um tanto covarde) da complexidade concreta. Oscar Wilde, que é um grande fustigador de nossas falsas certezas morais, disse que "a coerência é o último refúgio de quem tem pouca fantasia" e, eu acrescentaria, de quem tem pouca coragem.
Resta absolver Clarice. Aquela frase da entrevista era, provavelmente, apenas uma reverência retórica a um lugar-comum de nosso moralismo trivial.

ccalligari@uol.com.br

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

UM POEMA

A ESTRADA


Por viajar entendo
Um devorar a estrada
Temperada
Por diversos tons de céu.

É um ato de fome
Que preza a porção,
O metro linear
Onde caiba um passo
Ou dois.

Se mapa houver na viagem,
Não indicará trajetos,
Será um cardápio esboçado
Dos dissabores do acaso
Que não dizem respeito ao apetite.

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VOLÁTIL - sobrinho avisando onde vai

Laura Branigan ... canta ... " Gloria "



Gloria...you're always on the run now
Running after somebody, you gotta get him somehow
I think you've got to slow down before you start to blow it
I think you're headed for a breakdown, so be careful not to showit...

You really don't remember, was it something that he said?
Are the voices in your head calling, Gloria?
Gloria, don't you think you're fallin'?
If everybody wants you, why isn't anybody callin'?
You don't have to answer
Leave them hangin' on the line, oh-oh-oh, calling Gloria
Gloria...Gloria, I think they got your number...Gloria
I think they got the alias...Gloria...that you've been living under...Gloria...
But you really don't remember, was it something that they said
Are the voices in your head calling, Gloria?...

A-ha-ha, a-ha-ha, Gloria, how's it gonna go down?
Will you meet him on the main line, or will you catch him on therebound?
Will you marry for the money, take a lover in the afternoon?
Feel your innocence slipping away, don't believe it's comin' backsoon...

And you really don't remember, was it something that he said?
Are the voices in your head calling, Gloria?
Gloria, don't you think you're fallin'?
If everybody wants you, why isn't anybody callin'?
You don't have to answer
Leave them hangin' on the line, oh-oh-oh, calling Gloria
Gloria...Gloria..., I think they got your number...Gloria...
I think they got the alias...Gloria...that you've been living under...Gloria...
But you really don't remember, was it something that they said?
Are the voices in your head calling, Gloria?...

Gloria, Gloria, Gloria, Gloria, Gloria...
Gloria, Gloria, Gloria, Gloria, Gloria...

Novo modelo

Que puro e solar está o nosso novo Mínimo Ajuste, respirando tanta natureza! :)
Obrigada, Cirandeira :) O que seria de mim sem você??
Grande beijo.
BF

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Esotérico - Doces Bárbaros



Eu, e minhas velharias.
- Como sou feliz com elas!!!!

Bethânia e Gal, um Show a parte, da outra parte, que também é Show - Gil e Caetano.
...algo esotérico....
Alexandre Pedro

Poesía a Cielo Abierto



Encontro de Poesía em Valparaíso, Chile,novembre 2010.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A vida não chega

RIO 3D - Animação -


Essa animação é do mesmo criador da "Era do Gelo" , o braslieiro Carlos Saldanha e passa-se no Rio de janeiro.
O filme tem estreia marcada nos EUA para o dia 8 de abril de 2011 e conta com muitas cenas maravilhosas da cidade do Rio de Janeiro. O melhor de tudo é que já saiu o trailer e agora podemos ter uma prévia da divertida aventura que orgulhosamente terá o nosso país como pano de fundo da história.
Rio” é uma aventura-comédia que conta a história de Blu, uma arara azul rara que pensa que é a último de sua espécie. Quando Blu descobre que há uma outra – e que ela é ela – ele deixa o conforto de sua gaiola em uma pequena cidade de Minnesota e vai para o Rio de Janeiro. Mas longe de ser amor à primeira vista entre os domesticados e incapacitado de voar e a feminista e independente, que voa alto, Jewel.A animação contará com a dublagem por vozes conhecidas: Anne Hathaway (O Diário da Princesa, Alice), Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother), Rodrigo Santoro (Lost), George Lopez e Jake T. Austin (Os Feiticeiros de Waverly Place).
Um filme que todo, brasileiro não pode perder. Seja criança, adolescente ou adulto… os cinemas 3D nos espera em 2011.

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VIÚVA - acto de ver uva

José Larralde, el porqué




Bendito el que hizo el porqué
pa' disculpas de los males.
Si te lo querés saber,
preguntá y después contame.

Porque tengo razón,
que no tengo razón,
que me falta un ojal,
que me sobra un botón,
porque si, porque estoy,
porque no, que me voy,
porque soy, porque doy
porque fuí.

Preguntale al disgraciao
el motivo de sus males
El porqué le va a salir
como chancho 'e los maizales

Andá y decile al patrón
por qué no te da el aumento.
La pucha! si lo ha estudiao
que hasta te larga contento.

Preguntále a la mujer
cuando quiere más al hombre
si te logra responder,
no habrá nada que te asombre.

Es hora que andés pensando,
el porqué de tu existir.
No sea cosa que la copla
se te vuelva a repetir.

Que me voy, que me voy,
Que me voy, que me voy.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Emiliana Torrini...canta..."Easy"



It's not an accident
You mean to touch me
And that's exactly why I'm here
A trick of confidence
Twenty years inside
You're exactly what I need...

But I bide
Don't have time to play
So put your toys away...

Don't take it easy
Why should we take easy yeah
Should we take it easy...

I break into the park
With the insects
Stricking up the costume ball
The light is lovely here
In the neon glow
I could never want for more...

But I bide
Don't have time to play
So put your toys away...

Don't take it easy
Why should we take easy yeah
Should we take it easy
Why should we take easy yeah
Should we take it easy
Why should we take easy yeah
Easy yeah...

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VIDENTE - dentista falando sobre seu trabalho

Um cabelo no Ovo cósmico

                              



Com a explosão que deu origem aos apelos da dúvida.
Os paradigmas vêm sendo espatifados
Por mosquinhas que detestam o gosto da sopa
Mas adoram tomar banho dentro dela.

Os sábios senhores se amotinaram num laboratório
Com três tubos de ensaio
Maturaram a Moral, a Honra e a Verdade.
De posse dessa tríade absolutamente (in) questionável
Panfletaram aos quatro cantos um bioterrorismo
E com a bunda acomodada em seus assentos
Puseram-se a pré_julgar:
O ilegal, o imoral e o que engorda.
Nesse ínterim judiciário...
A Moral e a Cívica lambuzavam-se num bordel
Enquanto a Honra, descabaçada pelos desejos freudianos
Enjoada e barriguda... carregava uma gravidez psicológica
E a Verdade! Onde estará essa mentira disfarçada?
Após ter sido produzida de forma multifacetada
Está sendo processada pelas togas desumanas
Pois o Caráter, não se permitiu ser laboratorial.
Com medo, Ela então se refugiou no espaço sideral.
Chorosa, perdida e sem saber quem era
Chocou-se em um meteoro assoberbado de dúvidas.
Dessa explosão catastroficamente maravilhosa
Surge o EU questionador:
Potente! Ameaçador! Problemático!?
Que nada:
Apenas uma centelha no intermédio entre o Acaso e o Maktub.

Jairo Cerqueira

OLHOS DE QUEM NUNCA VIU

Não sou mais criança. Ainda sou uma criança. Já vi muito. Não vi nada ainda. Acredite em mim, embora eu mesma duvide, às vezes. Eu ainda preciso de abraços, chances e olhares de aprovação. Um "não foi nada" de vez em quando. Uma bronca. Estou aprendendo. Não. Ainda cometo os mesmos erros. Mas me perdoo todo dia, sabe? O que muda quando a gente cresce? Espero que pouco. Espero que quase nada. Posso te fazer um pedido? Não endureça seu coração, não deixe de lado esse olhar curioso, essa coragem, essa vontade. Não esqueça daquilo que você queria ser quando crescesse. Não se perca de você mesmo.

Já Está no Ar o Fotospot

Sombra de dúvida nº 3 de Rogério Medeiros

Rogério Medeiros, fotógrafo gaúcho radicado em São Paulo, está convidando os interessados para conhecer o site http://www.fotospot.com.br/ que está iniciando hoje.

Passei por lá e achei muito, muito, muito legal.

Ou como diz a geração 2000: muito bala

Desculpe

Desculpe
Não tenho tempo agora
Eu estou de saída
Vou dizer ao mundo
Que o sorriso voltou
Para a minha vida

As Melhores Fotos de 2010

Kanana Camp - Botswana - foto de Alex Tan


 
Tenganan Village, Bali (foto de Ario Wibisono)

Em algum lugar dos EUA - Foto de Stan Bouman.

Dhaka, Bangladesh. foto de Amy Helene Johansson


 
Lençois, Bahia, Brasil. Foto de Rodrigo West de Magalhaes


´
Surva, o Festival "Masquerade" realizada na cidade de Pernik,  Bulgária (Foto de Orlin Ognyanov)

 Ki Gompa, Pequena aldeia no meio do Himalaia (Natalia Luzuriaga)
Zhenyuan, província de Guizhou, China (foto de Fred Wang)

Arquipélago de Fernando de Noronha,  Brasil -  foto de João Vianna

Relâmpago na estátua da liberdade, NYC - Foto de Jay Fina

Sudoeste da Etiópia. foto de Stephen Murdoch

Ilhas Farne, Foto de  Ron McCombe

Suradita Village, West Java, Indonesia. foto de Ario Wibisono


Segundo a National Geographic

Do sempre muito bom Boston Globe

domingo, 21 de novembro de 2010

O Labirinto



"O minotauro no labirinto" - gravura em pedra preciosa, século XVI - Florença



Este é o labirinto de Creta. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede de pedra se perderam tantas gerações. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem e em cuja rede se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos. Este é o labirinto de Creta cujo centro foi o Minotauro que Dante imaginou como um touro com cabeça de homem em cuja rede se perderam tantas gerações como Maria Kodama e eu nos perdemos naquela manhã e continuamos perdidos no tempo, esse outro labirinto.





Jorge Luís Borges, Buenos Aires, Argentina (1899-1986)

Definições definitivas...


UTOPIA - lavatório imaginário, inventado pelo sanitarista inglês Thomas Moore

Escrevo


                 Escrevo para me dar contornos, que assim, preto no branco, me vejo melhor que em cores!

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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eu Sou...de Claudia Dorei



Me chama de amor da vida inteira

De chama pro seu fogo

De gozo profundo...

Me chama até quando não posso

E se não posso

Já vira um grande problema...

Eu sou eu antes de você eu sou

Eu sou eu antes de você

Eu sou eu antes de você eu sou...

Bem vindo àquilo que não me cabe

Bem vindo àquilo que desconheço

Bem vindo o que não espero

O que não prevejo

O que não revelo de cara

Eu sou eu antes de você eu sou

Eu sou eu antes de você

Eu sou eu antes de você eu sou...

Definições definitivas...


TÍPICA - o que o mosquito nos faz

Estórias abensonhadas

De Mia Couto:


" Cada homem tem suas paixões viscerando-lhe dentro. Eu entrarei em ti para que não haja despedida, carne em carne."

" Quem está a balançar: sou eu, é a cadeira ou é o mundo?"

" Onde há uma palmeira sempre deve ser inventado um mar."

O Tempo Passa - O Tempo Voa



Se existe um filme que faz o coração suspirar
ele se chama Toy Story 3.

Les Luthiers - Concerto Grosso alla Rustica

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Definições definitivas...


TERAPIA - ser possuidor de recipiente próprio para lavagem de louça

Sessão Solene de Posse

O nosso querido blogueiro,  Paulo Amaral, do Doravante Brasil http://doravantebrasil.blogspot.com/, passa, a partir de hoje, a ocupar  a Cadeira número 45, patronímica de Emiliano Di Cavalcanti, na Academia Brasileira de Belas Artes!
Vivaaasss!!
Parabéns, Paulo :)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Filmes Que Eu Vi...

" MINHAS MÃES E MEU PAI "


Parece mesmo que a família contemporânea mudou...
As dinâmicas familiares continuam mais ou menos as mesmas...mas os membros que compõem essas famílias são diferentes...podemos ver isso no filme..."Minhas Mães e meu Pai".
Nessa aparente comédia de Lisa Cholodenko...temos um olhar sobre a família e a forma como pais e filhos se relacionam atualmente...e enfrentam suas crises.
"Minhas Mães e meu Pai"...ganhou o prêmio Teddy no Festival de Berlim em fevereiro...uma estatueta conferida ao melhor longa de temática gay...
Cholodenko faz um retrato terno e engraçado de nosso tempo...Tempo em que criar um filho parece muito mais complicado do que colocar comida na mesa e pagar as contas...O elenco é maravilhoso...e abrir novos horizontes e olhares...é sempre fundamental...

Beijos...
Leca

Grace Jones...La vie en Rose



...Estou tentando não baixar os olhos...
...Estou tentando ver o mundo de forma mais colorida...
...Já não me importa tanto o outro...
...Seus olhares e seus toques...
...Suas palavras e suas músicas...
...Parece que uma felicidade...
...Entrou em meu coração...
...É como se minhas lentes...
...Minhas lentes cor de rosa...
...Transbordassem...
...meu coração bate...
...ao som dessa música...
...e me diz...sim...

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir

Definições definitivas...


TALENTO - característica de algo ou alguém que se move devagar

Sorria, por favor...!?

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Milagrário Pessoal - José Eduardo Agualusa



" - Há palavras que salvam. Há palavras que matam. Há palavras que saíram da boca dos anjos, e ainda trazem em sua natureza o brilho do céu."

" A violência é uma rendição da inteligência."

" Cheguei aqui, sussurrou, puxando-me por um braço. Tenho um presente dele para o senhor. São palavras. Palavras novas, brilhantes e coloridas como missangas. As palavras mais lindas do mundo."

" A tua pele acende-se, como um céu de tempestade, os cabelos ganham negror e volume. Toda tu cresces. Aprendi a amar as trovoadas. Nada me faz sentir mais vivo do que a beleza convulsa de um céu em fúria."

Definições definitivas...


SOSSEGA - pessoa informando que é desprovida de visão

HERCULANO NETO NA BRAVO!

   Leia alguns contos do livro inédito QUERO SER PAULO CESAR PERÉIO, de Herculano Neto, na revista Bravo! edição 159. Nas bancas.

María Elena Walsh, Canción del jardinero



Mírenme, soy feliz
entre las hojas que cantan
cuando atraviesa el jardín
el viento en monopatín

Cuando voy a dormir
cierro los ojos y sueño
con el olor de un país
florecido para mí

Yo no soy un bailarín
porque me gusta quedarme
quieto en la tierra y sentir
que mis pies tienen raíz

Una vez estudié
en un librito de yuyo
cosas que sólo yo sé
y que nunca olvidaré

Aprendí que una nuez
es arrugada y viejita,
pero que puede ofrecer
mucha, mucha, mucha miel

Del jardín soy duende fiel,
cuando una flor está triste
la pinto con un pincel
y le toco el cascabel

Soy guardián y doctor
de una pandilla de flores
que juegan al dominó
y después les da la tos

Por aquí anda Dios
con regadera de lluvia
o disfrazado de sol
asomando a su balcón

Yo no soy un gran señor,
pero en mi cielo de tierra
cuido el tesoro mejor
mucho, mucho, mucho amor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

MANIFESTO

Sonho insistentemente
Com um país em que tudo é proibido
Em que todos, mesmo todos de verdade
Sintam na pele, total falta de liberdade.
A constituição seria para todos, não para alguns
Poucas leis, simples, poucos artigos ou nenhuns
Seriam proibidos todos os amores mal soletrados
E também a corrupção, ignorância e estupidez
Seria proibido haver pobres ou remediados
Como seria proibida a calúnia, a inveja e a avidez
Proibido com força de lei a infelicidade
Principalmente a das crianças.
Definitivamente proibido haver gente amordaçada
E gente que tivesse de viver sem esperança.
Em estudo para proibição absoluta
Alguém poder ser ferido, principalmente na alma.
Seria expressamente proibido ser negro, branco ou azul
Proibição total da exploração e da escravatura
Bem como da miséria, da tortura e da dor.
Seria proibido não haver sorrisos em todos os rostos
Seria proibido meninos explodindo de fome e desamor
Proibição absoluta punida com pena muito dura
Para o cinzento, preto ou ausência de cor.
Sonho insistentemente
Com este país em que tudo é proibido.

GED

domingo, 14 de novembro de 2010

Definições definitivas...


SEXÓLOGO - sexo mais tarde

Estimados blogueiros

Estamos recebendo os emails e anotando as ideias. O Mínimo vai mudar para melhor. Continuem pensando e enviando sugestões. Eu, particularmente, estou louca por um projeto novo gráfico. Se vocês tiverem modelos em mente, enviem os nomes.
Bom domingo para todos.
Beijos.
BF

Sway...com...Michael Bublé...



Sway...é uma versão em inglês da canção mexicana "¿Quién será?"...e é de 1953...
A canção foi composta pelo cantor e compositor Pablo Beltrán Ruiz...
Em 1954...Norma Gimbel...fez a primeira versão da canção em inglês...e desde então...a canção foi gravada por diversos artistas...entre eles...Michael Bublé...

When marimba rhythms start to play
Dance with me, make me sway
Like a lazy ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more...

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me...

Other dancers may be on the floor
Dear, but my eyes will see only you
Only you have that magic technique
When we sway I go weak...

I can hear the sounds of violins
Long before it begins
Make me thrill as only you know how
Sway me smooth, sway me now...

Other dancers may be on the floor
Dear, but my eyes will see only you
Only you have that magic technique
When we sway I go weak...

I can hear the sounds of violins
Long before it begins
Make me thrill as only you know how
Sway me smooth, sway me now...

When marimba rhythms start to play
Dance with me, make me sway
Like a lazy ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more...

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me...

When marimba start to play
Hold me close, make sway
Like an ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more...

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me...

Escreva Aqui...O Que Essa Foto Te Fez Pensar Ou Sentir...

Eu não sou algo diferente



Acho importantíssimo este depoimento que Brunna concedeu ao meu blog O Corpo Perturbador e por isso publico aqui também, para ter acesso a pessoas de áreas, lugares, corpos e pensamentos diferentes. Respeitar as escolhas é um bom começo para melhorarmos essa bagynça que está ai.

Brunna Valin é militante do movimento de travestis e transexuais na cidade de São José do Rio Preto e do estado de São Paulo, coordena o Forum Paulista de Travestis e Transexuais e representante da Associação Rio Pretense de Travestis e Transexuais (ARTTS).

sábado, 13 de novembro de 2010

Vende-se computador = U$ 160.000

As contradições do corpo

Meu corpo não é meu corpo,
é ilusão de outro ser.
Sabe a arte de esconder-me
e é de tal modo sagaz
que a mim de mim ele oculta.

Meu corpo, não meu agente,
meu envelope selado,
meu revólver de assustar,
tornou-se meu carcereiro,
me sabe mais que me sei.

Meu corpo apaga a lembrança
que eu tinha de minha mente.
Inocula-me seu patos,
me ataca, fere e condena
por crimes não cometidos.

O seu ardil mais diabólico
está em fazer-me doente.
Joga-me o peso dos males
que ele tece a cada instante
e me passa em revulsão.

Meu corpo inventou a dor
a fim de torná-la interna,
integrante do meu Id,
ofuscadora da luz
que aí tentava espalhar-se.

Outras vezes se diverte
sem que eu saiba ou que deseje,
e nesse prazer maligno,
que suas celulas impregna,
do meu mutismo escarnece.

Meu corpo ordena que eu saia
em busca do que não quero,
e me nega, ao se afirmar
como senhor do meu Eu
convertidoem cão servil.

Meu prazer mais refinado,
não sou eu quem vai senti-lo.
É ele, por mim, rapace,
e dá mastigados restos
à minha fome absoluta.

Se tento dele afastar-me,
por abstração ignorá-lo,
volta a mim, com todo o peso
de sua carne poluída,
seu tédio, seu desconforto.

Quero romper com meu corpo,
quero enfrentá-lo, acusá-lo,
por abolir minha essência,
mas ele sequer me escuta
e vai pelo rumo oposto.

Já premido por seu pulso
de inquebrantável rigor,
não sou mais quem dantes era:
com volúpia dirigida,
saio a bailar com meu corpo.

(Carlos Drummond de Andrade)

Vejam mais no blog: http://ocorpoperturbador.blogspot.com/

Definições definitivas...


Os Trabalhadores jogam futebol.
Os Directores jogam ténis.
Os Administradores jogam golfe.
Donde se conclui que:
Quanto mais se sobe na hierarquia... mais pequenas são as bolas .

Onda Nostálgica

 

Porque o dia está bonito.
Porque hoje é sábado.
E a onda nostálgica chegou com força.
Por isso coloco na vitrola ou na eletrola.
Com agulha e tudo.
O LP:  Selling England By The Pound
Do Genesis da época do Peter Gabriel.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Definições definitivas...


RAZÃO - lago muito extenso porém pouco profundo

Fruto Estranho


Strange Fruit
Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.


Pastoral scene of the gallant south,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.


Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.


Fruto estranho
Árvores do sul produzem uma fruta estranha,
Sangue nas folhas e sangue nas raízes,
Corpos negros balançando na brisa do sul,
Frutas estranhas penduradas nos álamos.


Cena pastoril do valente sul,
Os olhos inchados e a boca torcida,
Perfume de magnólias, doce e fresca,
Então o repentino cheiro de carne queimando.


Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,
Para a chuva recolher, para o vento sugar,
Par o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,
Aqui está a estranha e amarga colheita.
quem quiser ouvir a música


Reforma no blog

O Mínimo Ajuste gosta de ser mínimo. O Mínimo Ajuste tem um lado Coco Chanel que acha que menos é mais. Mas o Mínimo Ajuste não é conservador e quer mudar com as estações e se vestir de sol e de chuva e de calor ou frio conforme a visita. Então, ele vai entrar em reforma e, como a reforma não faz sujeira, continuará operando firme e forte os seus ajustes. Ideias e opiniões são bem-vindas no minimoajuste@gmail.com ou até em formato de post.  As mudanças não têm limites.  Dúvidas, perguntem a todos, que o blog é coletivo ainda que a Cirandeira e a Bípede organizem a folia :)

Ta na hora de chamar o Ganso



Esta é uma paródia da música 2345meia78, do Gabriel O Pensador

direção do Clip: Peter Pires Kogl